A. Marreiros Veiga & C.ª – Lagos
A. Marreiros Veiga & C.ª – Lagos
NOME EMPRESA / COMPANY NAME: A. Marreiros Veiga & C.ª
NOME FÁBRICA / FACTORY NAME:
PROPRIETÁRIO / OWNER:
FUNDAÇÃO / FOUNDED:
LABOROU EM / WORKED DURING:
ENCERRAMENTO / CLOSURE:
Nº EMPRESA IPCP / IPCP COMPANY Nº:
ALVARÁ / CHARTER:
MORADA / ADDRESS: Rossio de S. João
CIDADE / CITY: Lagos
NO MESMO LOCAL FUNCIONOU / AT THE SAME LOCATION WORKED:
OUTROS LOCAIS / OTHER PLACES:
TIPO / TYPE: Packers of canned fish in oilve oil
MARCAS / BRANDS:
FONTES / SOUCES:
No panorama nacional e regional, a cidade de Lagos era neste período um dos importantes centros conserveiros e piscatórios do pais, sendo Setúbal o principal. Esta posição seria reforçada entre 1900 e 1915, principalmente a nível regional, sendo Lagos o centro conserveiro com maior número de fábricas no Algarve até à I Guerra Mundial (RODRIGUES, 1997). O conflito armado iria aumentar a procura de conservas, para alimentação das tropas, incrementando exponencialmente os lucros, e surgindo novas fábricas procurando aproveitar a especulação que se verificava (Rodrigues, 1997). A instalação de fábricas na perspetiva de obtenção de lucro imediato, e muitas vezes sem as condições necessárias, o que provocava o seu desaparecimento tão depressa como tinham surgido, contribuiu para a existência de empresas e fábricas ainda por identificar.
O aumento do número de fábricas no início do século traduz‑se também na documentação. Analisando a restante informação no livro de Registos de Diplomas e Estatutos da Administração do Concelho de Lagos (1886‑1915), existem uma série de pedidos para a instalação de “machinas balancé” e alguns pedidos de licença industrial para as fábricas.
As “machinas balancé” eram “destinadas à confeção de caixas de folhas de flandres”8 e “estampagem de folha de flandres”9. Devido à função destes equipamentos podemos assumir que os pedidos para a sua instalação seriam de fábricas de conservas ou armazéns de produção de latas, mas não se conhecem, em Lagos, fábricas que se dedicassem exclusivamente à produção de vazio. A licença determinava, ainda, que estava “proibida a alienação, trespasse, empréstimo ou transferência da dita machina para fora do estabelecimento em que funciona, sem previa licença daquele para que se destina e para que se concede licença”10.
No Quadro 1 podemos observar que são vários os pedidos para a instalação de balancés por parte de fábricas, sobre as quais se sabe pouco:
Comercial Cordeiro de Commandita, Rossio de S. João;
União Lacobrigense, Praia de S. Roque;
Cooperativa Internacional, Rossio de S. João;
Cooperativa União Lacobrigense, Aldeia da Porta do Postigo;
Pierre Charelle Marie Chancerelle, Rossio de S. João;
“E. M. Dadel” (não foi possível confirmar o nome) Porta de Portugal;
Thomas d’Aquino Souza;
A. Marreiros Veiga & C.ª, Rossio de S. João;
Fonseca Filho & Comp.ª, Tapada do Molião,
e Freire & Comp.ª, fora da cidade, em Espiche.
Destacar ainda o facto de ser possível a obtenção de licença para as máquinas sem ter a licença industrial para o fabrico de conservas, como é o caso da Sociedade Christiano & Companhia, de Manoel António Christiano, que só a obteve passados dois anos. Este facto corrobora com outros exemplos de fábricas que começaram a laborar e só lhes foi concedido o alvará industrial anos depois.
in A indústria conserveira em Lagos (1882-1925) / Lagos’ canning industry (1882-1925)
Armando Amaro – Universidade de Évora
Arqueologia Industrial Quinta Série / Volume III / Número 1-2 / 2021
A. Marreiros Veiga & C.ª – Lagos
2021 – A indústria conserveira em Lagos (1882-1925) – Armando Amaro
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