Pilotos & Capa Cª - VRSA

NOME EMPRESA / COMPANY NAME: Pilotos & Capa Cª, Lda 

NOME FÁBRICA / FACTORY NAME: Fábrica Guadiana 

PROPRIETÁRIO/OWNER:

FUNDAÇÃO / FOUNDED: 4 de Dezembro de 1907

LABOROU EM/WORKED DURING: 1907; 1915; 1924; 1938; 1947 

ENCERRAMENTO / CLOSURE: terminou em 1976 com junção das sociedades Pilotos & Capa, Cofaco-Comercial e Fabril de Conservas Lda., Águia-Peixe Conservas SARL, Sociedade de Representações Industriais Sotalgarve Lda. e /ou respectivos sócios, para a formação da Comalpe.

Nº EMPRESA IPCP / IPCP COMPANY Nº:  28

MORADA / ADDRESS: Avenida da República  (Rua da Rainha) 

CIDADE / CITY: Vila Real de Santo António

NO MESMO LOCAL FUNCIONOU/AT THE SAME LOCATION WORKED: Piloto, Gomez & Capa, Lda (até 1907) 

OUTROS LOCAIS / OTHER PLACES:

TIPO / TYPE: Packers of canned fish in olive oil

FONTES / SOUCES:
– A Indústria Conserveira na Construção da Malha Urbana no Algarve: Das Estruturas Produtivas à Habitação Operária (1900-1960), Armando Filipe da Costa Amaro
– 
Memórias & Documentos volume I, José Fernandes Piloto, José Joaquim Capa, António José Piloto Capa, de António Horta Correia

Textos retirados da história da Pilotos & Capa em Memórias & Documentos volume I, José Fernandes Piloto, José Joaquim Capa, António José Piloto Capa, de António Horta Correia

Texto retirado de Memórias & Documentos volume I, José Fernandes Piloto, José Joaquim Capa, António José Piloto Capa, de António Horta Correia

Na sequência da escritura de dissolução e liquidação da sociedade “Pilotos, Gomes & Capa”, José Fernandes Piloto, José Fernandes Piloto Júnior e José Joaquim Capa e sua mulher, realizaram em 4 de Dezembro de 1907 no notário José Hygino Júnior, em Vila Real de Santo António, a escritura de constituição da sociedade comercial em nome colectivo sob a firma “Pilotos & Capa”, para exploração da fábrica de conservas de peixe que lhes pertencia, retrotraindo o início desta sociedade para 28 de Novembro de 1907, com o capital social de quinze contos de reis, “pertencendo quota igual a cada um dos três sócios, representado no edifício da referida fabrica denominada “Guadiana” e seus pertences, máquinas, utensílios e material e em dinheiro realizado existente em caixa” (art.4°), e “estabelecendo que todos os sócios são administradores e gerentes da sociedade” (art.6°).

Os três sócios dão conhecimento da constituição da nova firma em carta-circular de Dezembro desse ano, dirigida aos clientes e fornecedores: ” ( … ) a que deu causa o falecimento do nosso saudoso sócio Comendador Manuel Francisco Gomes, o que se fez segundo estabelecido no respectivo contracto social, ficando a nosso cargo todo o activo e passivo da mesma sociedade ( … ) esperando que V.Exa se dignará dispensar a nova firma a mesma preferência com que se serviu honrar a firma antecessora.”

A leitura dos inventários de “Géneros em existência”, e outros documentos da contabilidade, forneceu dados de interesse sobre o funcionamento da fábrica nesses primeiros tempos:

Assim, em todas as conservas apenas se utilizava azeite de oliveira;
Existiam na fábrica quantidades de folha-de-flandres, branca e litografada, e ainda recortes de folha, comprovando que as latas eram feitas aí;
As grelhas para sardinha eram lá estanhadas periodicamente;
Utilizava-se nas caldeiras carvão de pedra (hulha), proveniente de Cardiff e Newcastle;
O fabrico de atum era a principal actividade, exportando-se para Itália todo o atum de direito, em latas de 5, 10 e 20 kgs, separadas em latas próprias a ventresca, de cor amarela e o tarantelo, de cor verde, as do tronco de atum, que eram a maioria, tinham a cor vermelha;
Estas três espécies eram vendidas em conjunto, mas o preço obtido dependia das percentagens de ventresca e tarantelo; também se fabricava atum em latas pequenas, algumas destinadas ao mercado interno;
O atum comprado às armações era pago em prestações;
A conserva de sardinha era fabricada em latas pequenas, e também nos formatos maiores de 1/2 40 e 4/4 80;

Em 1910 fabricou-se biqueirão anchovado, que foi exportado para Itália em latas de 10 kgs; as principais marcas usadas eram “Mindello“, “Neptune“, “Dois Garotos” e ainda outra nomeada de retrato, sem mais indicação.

Em Itália o principal cliente era a Societá Commerciale Alessandria, de Génova. Em Hamburgo, eram clientes Charles Kaehler, Burmester & Stavenhagen, Paul Lambert e May Wiensinger. Joseph Martin & Sons, de Londres, e Robert & Cª de Liverpool, também figuram como compradores. Quase todos recebiam as mercadorias a consignação e existiam depósitos de conservas em Lisboa e no Porto, a cargo comerciantes.

Fotografia de José Joaquim Capa, José Fernandes Piloto e José Fernandes Piloto Júnior

A Indústria Conserveira na Construção da Malha Urbana no Algarve: Das Estruturas Produtivas à Habitação Operária (1900-1960) de Armando Filipe da Costa Amaro – Mestrado Integrado em Arquitectura – Dissertação – Évora 2020. Este documento em anexo, resulta do processo de trabalho para a localização dos edifcios industriais de produção de conservas. Na evidência de falta de trabalhos que identificassem e localizassem, corretamente, a maioria do parque industrial conserveiro, do Algarve, tornou-se premente colmatar essa lacuna. A informação compilada neste anexo é referente às fábricas, a sua localização e às diferentes empresas/proprietários, que trabalharam no mesmo edifício, ao longo do tempo. Tendo o objetivo de determinar, o surgimento e o periodo de tempo em que num determinado local funcionou uma fábrica de conservas.

Vila Real de Santo António

Mapa elaborado por Armando Filipe da Costa Amaro

Les Gamins

Sardines portugaises à la sauce de tomate et à l’huile d’olive

Capa

Tarantella al olio puro di oliva

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