Júdice Fialho & Cª - Lagos

NOME EMPRESA / COMPANY NAME: Júdice Fialho & Cª – Lagos

NOME FÁBRICA / FACTORY NAME:

PROPRIETÁRIO/OWNER: João António Júdice Fialho 

FUNDAÇÃO / FOUNDED: 26-11-1904

LABOROU EM/WORKED DURING:
De 1904 a 1910 exporta conservas para o Reino de Espanha (in As firmas conserveiras portuguesas exportadoras para o Reino de Espanha (1880-1911) – Prof. Cláudia Rêga Santos – 2021)

ENCERRAMENTO / CLOSURE: 1959

Nº EMPRESA IPCP/ IPCP COMPANY Nº: FICHA Nº 138 I.P.C.P.

ALVARÁ / CHARTER: 1923 eliminado em 02/07/1960
Averbado a Propriedades Judice Fialho, em 22/02/1939 // Caducado em 02/07/1960.

MORADA / ADDRESS: Rua Anttónio Crisógno dos Santos  (Rua da Estalagem) 

CIDADE / CITY: Lagos

NO MESMO LOCAL FUNCIONOU/AT THE SAME LOCATION WORKED:

OUTROS LOCAIS / OTHER PLACES:
Júdice Fialho & Cª – Olhão
Júdice Fialho & Cª – Portimão – São Francisco ou Estrumal
Júdice Fialho & Cª – Portimão – São José
Júdice Fialho & Cª – Portimão – Ferragudo –  Fábrica Frito Velho
Júdice Fialho & Cª – Lagos
Júdice Fialho & Cª – Sines
Júdice Fialho & Cª – Setúbal
Júdice Fialho & Cª – Peniche
Júdice Fialho & Cª – Funchal

TIPO / TYPE: Packers of canned fish in olive oil

FONTES / SOUCES:
– Contributos para as Memórias de Lagos”, de José Carlos Vasques
– Rodrigues, 1997;

– Serra, 2007;
– Castelo, 2018; 5ª Circunscrição,
– Arquivo Distrital de Faro;
– Arquivo, Museu de Portimão. 
– A Indústria Conserveira na Construção da Malha Urbana no Algarve: Das Estruturas Produtivas à Habitação Operária (1900-1960), Armando Filipe da Costa Amaro

ARQUIVO DISTRITAL DE FARO
ACD/CI5 5ª Circunscrição Industrial 1896/1975
004 Vistorias para atribuição de alvará
001 Indústrias do pescado e derivados

FÁBRICA DE CONSERVA DE PEIXE EM AZEITE

SCOPE AND CONTENT 
Proprietário J. A. Judice Fialho, Rua da Estalagem, São Sebastião, concelho de Lagos. Alvará nº 188, de 1923.
Averbado a Propriedades Judice Fialho, em 22/02/1939.
Caducado em 02/07/1960.

REFERENCE CODE 
PT/ADFAR/ACD/CI5/004-001/0099
 
DATE RANGE
1904-11-26 Date is uncertain to 1960-07-02 Date is uncertain

A Indústria Conserveira na Construção da Malha Urbana no Algarve

A Indústria Conserveira na Construção da Malha Urbana no Algarve: Das Estruturas Produtivas à Habitação Operária (1900-1960) de Armando Filipe da Costa Amaro – Mestrado Integrado em Arquitectura – Dissertação – Évora 2020. Este documento em anexo, resulta do processo de trabalho para a localização dos edifcios industriais de produção de conservas. Na evidência de falta de trabalhos que identificassem e localizassem, corretamente, a maioria do parque industrial conserveiro, do Algarve, tornou-se premente colmatar essa lacuna. A informação compilada neste anexo é referente às fábricas, a sua localização e às diferentes empresas/proprietários, que trabalharam no mesmo edifício, ao longo do tempo. Tendo o objetivo de determinar, o surgimento e o periodo de tempo em que num determinado local funcionou uma fábrica de conservas.

O Império Júdice Fialho, por Luís Miguel Pulido Garcia Cardoso de Menezes

A fábrica de conservas de Lagos, na rua da Estalagem, freguesia de S. Sebastião, concelho de Lagos, distrito de Faro, foi instalada e construída em 1904, sendo destinada à exploração da indústria de conservas de peixe em azeite. A licença de exploração foi concedida a 26-11-1904. Segunda a sua descrição de 1922, esta entidade fabril possuía: 3 caldeiras de vapor; 1 estufa; 2 cofres para cozer peixe; 1 motor; 6 cravadeiras; 1 fabricante; 1 contramestre; 3 empregados de escritório, nacionais; 1 empregado estrangeiro da secção de salga de peixe e 200 operários. 86

86cf. Arquivo Distrital de Faro (ADF), Cota: 5a CIProc. 583: Processo n.o 7 Unif., alvará n.o 188, documento 2 de 16-3-1922 e Jorge Miguel Robalo Duarte Serra, op. cit., pp. 62-63.

Esta empresa, tinha os seguintes equipamentos e máquinas no ano de 1939: «Recebia energia para iluminação dos serviços municipais da câmara de Lagos; tinha 3 geradores de vapor; 1 motor de vapor de 6 CV; 1 motor de combustão interna de 7/9 CV; 1 dínamo de 8 KW. Máquinas operatórias para fabricação de conservas: 6 cravadeiras matador; 1 cravadeira para lata redonda; 1 máquina de azeitar; 2 cofres para cozimento de peixe; 1 cofre para estufagem de peixe. Na secção de fabricação de Guano existiam 2 prensas Mabille e 2 comedores de desperdício de peixe. Finalmente em utensílios diversos, eram assinaladas 2 bombas de vapor sobre o poço; 2 caldeiras para banho-maria; 1 tanque para lavar grelhas; 3 burricos de alimentação de caldeiras e 1 burrico».

Esta fábrica produzia em 1933 e 1934, 2088 e 8234 caixas respectivamente (em 1935 produzia 30 caixas por hora, com as cravadeiras existentes) e conseguira em 1924 gerar 30000 caixas. 87

 

O nascimento de um império conserveiro:
“A Casa Fialho”
(1892 – 1939)

Para o conhecimento das duas fábricas que se seguem (Lagos e Olhão), foi importante a consulta dos respectivos processos que estão no Inventário da 5a Circunscrição Industrial, vol. 1, páginas 1 a 158. Na parte de Processos relativos a Fábricas de Conservas de Peixe em Azeite e Salmoura, Guano, Extracção de Óleo de Peixe, Adubos Orgânicos, Preparação de Peixe Fresco e Salgado, Depósitos de Peixe Salgado, páginas 91 a 121, os dois processos estão na página 99, o da Fábrica de Lagos tem a Cota: 5a – CIProc.583, e o da de Olhão com a cota 5a – CIProc.1037.

A consulta dos processos revelou-se muito útil porque permitiu conhecer toda a mecânica do registo e posterior atribuição dos alvarás das fábricas, na sequência dos processos de unificação, feitos por ocasião da legislação dos Decretos-Lei. 7.989 e 8.364, já que estes processos estão completos. A partir da sua consulta, conseguimos uma melhor interpretação das reproduções avulsas dos processos incompletos das fábricas de Portimão e Ferragudo.

Em relação aos processos de Lagos e Olhão devo acrescentar que têm várias peças assinaladas como sendo as mais importantes, em registo manuscrito elaborado no canto superior direito. Incluem várias folhas não numeradas de uma forma sistemática, integrando requerimentos, pedidos ou deferimentos, que iam sendo apensos ao processo. Na capa vem assinalado “X número de peças” (6 para Olhão, 24 para Lagos), uma referência que não coincide com o número de folhas do processo. Os requerimentos ou folhas mais importantes vêem numeradas manuscritamente com um algarismo, escrito a lápis de cor vermelha (Lagos) ou preta (Olhão), que é crescente até ao fim do processo. Apesar de não nos ter sido possível entender qual a lógica ou o critério desta numeração, assumimos que esta esteja relacionada com “um crescendo de importância”, apesar de integrar pequenas folhas de correspondência de pedidos diversos das fábrica ou de deferimentos dos serviços da 5a Circunscrição, também estas, por vezes, numeradas.

Em face do exposto, a descrição que vou fazer destas duas fábricas, é ligeiramente diferente da que foi apresentada para as fábricas de Portimão e Ferragudo.

Lagos

Mapa elaborado por Armando Filipe da Costa Amaro

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