DESCRIÇÃO TÉCNICA

LOCALIZAÇÃO ESPÓLIO: PINHAIS & CA. LDA. 

FABRICANTE: PINHAIS & CA. LDA. 

EXPORTADOR: PINHAIS & CA. LDA. 

DATA: PRIMEIRA GERAÇÃO (1920-1930)

MARCA: RIOS

DURAÇÃO DA MARCA: 1939 (PELO MENOS) – ACT. 

TIPO DE CONSERVA: SARDINHA EM AZEITE 

PESO NETO: 125G

MERCADO DE DESTINO: LÍNGUA UTILIZADA: FRANCÊS | TRADUÇÕES EM: ITALIANO, GALEGO, INGLÊS, ALEMÃO

EMBALAGEM

NOME DO EMISSOR: PINHAIS & CA. LDA. 

MATERIAL: FOLHA DE FLANDRES 

COR: PRATEADO 

DIMENSÕES: C. 10,3CM L. 6,2CM A. 2,9CM 

PESO: 30G 

TIPO DE LATA: À DECOLLAGE COM A PATINHA DE ABERTURA COLOCADA NUM DOS VÉRTICES DOS ÂNGULOS DO TAMPO DO VAZIO

TIPO DE ABERTURA: A ABERTURA É FEITA COM O AUXÍLIO DA CHAVE E EXECUTADA POR DESENROLAMENTO DO TAMPO DO VAZIO

LOCALIZAÇÃO ESPÓLIO: PINHAIS & CA. LDA. 

FABRICANTE: PINHAIS & CA. LDA. 

EXPORTADOR: PINHAIS & CA. LDA. 

DATA: PRIMEIRA GERAÇÃO (1920-1930)

MARCA: RIOS

DURAÇÃO DA MARCA: 1939 (PELO MENOS) – ACT. 

TIPO DE CONSERVA: SARDINHA EM AZEITE 

PESO NETO: 125G

MERCADO DE DESTINO: LÍNGUA UTILIZADA: FRANCÊS | TRADUÇÕES EM: ITALIANO, GALEGO, INGLÊS, ALEMÃO

RÓTULO

IMPRESSÃO: AMORIM & AMORIM LDA.

TÉCNICA DE IMPRESSÃO: LITOGRAFIA 

CORES UTILIZADAS: AMARELO E PRETO

INFORMAÇÃO ESCRITA

TAMPA: RIOS | BRAND | SARDINES | PORTUGUAISES | A L’HUILLE | D’ARACHIDE | POIDS NET 125 GR. | CONT. CUBIQUE | 125 CM3 | MARQUE | DÈPOSÉE

LATERAL DIREITA: SARDINE PORTOGHESI | ALL’ OLIO | SARDINAS PORTUGUESAS | EN ACEITE

LATERAL ESQUERDA: PORTUGUESE SARDINES | IN ARACHIS OIL | PORTUGIESISCHE SARDINEN | IN OIL

LATERAL TOPO: NET CONTENTS | INHALT 125G | FISCHEINWAAGE 95G | NET WEIGHT 4 3/8 OZ. | POIDS NET 125 GRS. | PESO NETTO 125 GR. 

LATERAL FUNDO: FABRIQUÉ | SPÉCIALEMENT | POUR LES | ÉTABLISSEMENTS | MAGNETTE & C.IE | STRASBOURG | FABRICATION PORTUGAISE

DESCRIÇÃO ESTILÍSTICA

Uma personagem feminina apresenta-se segurando um tabuleiro com uma refeição, onde se destaca uma lata de conservas. O elemento caligráfico com a designação da marca Rios colocado na zona superior da imagem ilustrada, encima a personagem, sendo ele também um elemento de destaque pelo carácter de detalhe que apresenta. A informação secundária é remetida para o inferior da composição, ladeando a personagem, espaço partilhado com uma silhueta.

Os elementos desenhados apresentam uma linha de contorno estilizada, com uma espessura regular. Quanto ás linhas de preenchimento são poucos os elementos que as possuem, mas como é exemplo no desenho da garrafa, pretendem providenciar alguma volumetria aos mesmos. É de notar a ilusão de tridimensionalidade atribuída pela dupla linha de contorno dada à caligrafia de designação da marca. 

Quanto à percepção dos planos, esta noção é dada pela sobreposição dos vários elementos, temos assim num primeiro plano os artigos dispostos na bandeja, que se sobrepõem à personagem, e num último plano temos o desenho de uma silhueta. Não temos nenhuma alusão à perspectiva, pois não distinguimos pontos de fuga, os elementos são desenhados em silhueta, conferindo um carácter plano à ilustração.

Em questões de escala, estamos perante um plano americano, onde a personagem é visível da cabeça aos joelhos, sendo esta também o elemento com a maior escala da composição. 

Quanto à organização estrutural da composição e à distribuição de pesos visuais, o elemento que se destaca é a personagem, figura vertical, que ocupa grande parte da área de composição. A maioria dos elementos, em primeiro plano, associados à personagem, localizam-se à esquerda da mesma, centrando a nossa atenção no canto esquerdo da composição, tendência que é contraposta pelo braço esquerdo da personagem, em ângulo, ocupando o lado oposto, harmonizando por sua vez a composição. Estes elementos são encimados pela caligrafia que designa a marca ‘Rios’, cuja primeira e última letra se destacam pela sua escala, ocupam a parte superior da composição e as laterais do topo da personagem, aproveitando a área livre. Elementos com um tratamento de superfície diferenciado permitem acentuar o peso visual, como é o caso das zonas não impressas, brilhantes, em folha de flandres virgem. Na presente ilustração, como grande parte dos elementos têm esta qualidade, ela parece ter sido tratada como se de outra tonalidade se tratasse, visto que não pretende somente destacar alguns pormenores. 

Com o recurso ao exercício da lei dos terços, percebemos que a personagem, figura central, ocupa dois terços da área, cuja silhueta se insere no terço central (vertical), a bandeja e os braços da personagem inserem-se por sua vez, na secção central (horizontal), aproximando-se da linha inferior da secção. A designação da marca, como inicialmente inferimos ocupa o terço superior (horizontal), ultrapassando a linha que delimita a secção, prolongando-se até ladear o rosto da personagem. 

A informação textual secundária, ocupa a área inferior da composição, o canto inferior esquerdo na sua totalidade, e a parte superior do canto direito, espaço partilhado com a silhueta já mencionada. É de notar que as caixas de texto estão alinhadas com a linha de separação da secção inferior. 

As cores utilizadas na embalagem são duas, o amarelo, cor primária, tom quente, forte e vibrante, que contrasta com o preto, cor de todos os elementos impressos sobre o amarelo, cor destinada, maioritariamente, à cor do fundo da ilustração. O preto com as suas áreas negras e planas, compete pelo destaque, apesar de nos parecer que o amarelo é a cor predominante. As cores são mate, planas, sem gradação de tonalidade. 

Quanto às tipografias utilizadas, podemos diferenciar três tipologias, a de maior destaque, é utilizada na designação do nome da marca. É uma tipografia serifada, com uma espessura variável no traço, tem um peso bold, acentuado pela dupla linha de contorno, em tom prata e preto, sendo a primeira mais espessa que a última. Estas linhas são colocadas de modo a dar a ilusão de que as letras estão em relevo. As serifas são rectilíneas, no entanto a terminação das letras maiúsculas ‘R’ e ‘S’, apresentam uma forma curvilínea, conferindo uma duplicação aos caracteres. A disposição das letras em arco, acompanha o limite oval da embalagem, é ainda de notar que o alinhamento entre elas é feito pelo limite superior das mesmas. As outras duas tipografias são destinadas ao texto secundário, ambas sem serif, de linhas regulares que se apresentam em versão condensado e regular, com um tamanho de boa legibilidade. 

DESCRIÇÃO TEMÁTICA

A relação título/imagem é inexistente, no sentido que a última não pretende ilustrar a primeira. Na verdade, de acordo com António Pinhal, o nome da marca deriva do sobrenome de um dos fundadores da Pinhais, Luiz da Silva Rios, poderemos assim deduzir, que terá sido uma das primeiras marcas da empresa, assim como a marca ‘Pinhais’, também ela denominada com o nome dos dois irmãos fundadores. A ilustração por sua vez, não se relaciona com a história que levou à denominação da marca, e mesmo sem o conhecimento deste facto, o nome ‘Rios’ não se associa com a figura ilustrada.

Quanto à ilustração, temos uma personagem feminina, jovem, e pelas vestimentas inferimos facilmente que se trata de uma empregada doméstica. O traje de época é facilmente reconhecido, no rótulo ele é preto com alguns elementos a prateado, que relacionamos facilmente com uma versão realista a preto e branco. Ela parece caminhar ao nosso encontro, segurando, delicadamente, um tabuleiro. Olhando para o seu rosto, notamos que ela não nos olha, com as pálpebras visíveis ela deverá estar a olhar para o que carrega, guiando também o nosso olhar para o mesmo lcoal. Apesar de ser um elemento em grande escala e a única personagem da composição, com esta única característica o nosso olhar desvia-se dela, apresentando-se como um elemento secundário. Depois de nos centrarmos no tabuleiro, reparamos numa garrafa, de vinho talvez, com um rótulo a amarelo, e num copo, cuja parte superior também está colorida a amarelo, são os únicos elementos que além do fundo têm esta coloração, ganhando assim destaque. À esquerda da garrafa temos um outro elemento, que pela associação aos restantes poderá ser um pedaço de pão. No canto direito do tabuleiro parecem encontrar-se dois pratos encimados com uma lata de conservas aberta, pois é possível distinguir a chave com a folha enrolada à volta. Aqui, questionámo-nos porque é que este elemento não foi também destacado pela coloração a amarelo, no entanto, em termos de composição ocupa uma posição central e encontra-se mesmo por baixo do rosto e do olhar da rapariga. 

No inferior da composição temos a alusão a algumas sombras ou silhuetas, conseguidas por um traçado de linhas oblíquas paralelas entre si, impressas a preto sobre o fundo amarelo. De início, poderíamos pensar que a silhueta maior, no canto direito poderia tratar-se da sombra da personagem, no entanto não partilha qualquer semelhança com a mesma, sugere uma silhueta masculina, inclinada, com o rosto direccionado para a personagem. 

Pela análise das vestes e da postura corporal da personagem, num primeiro momento pensamos que o cenário aludia a um local elegante, um restaurante por exemplo, e assim, o rótulo da embalagem poderia transmitir a ideia de que as conservas poderiam ser servidas em locais públicos seleccionados e até para pessoas de um certo estatuto social, no entanto, atendendo melhor nos trajes da rapariga, evidenciados pelo desenho do avental, leva-nos por sua vez, a referencia-la a um ambiente mais familiar como empregada doméstica.