Os Açorianos e as Pescas, 500 anos de memórias - Marie d'Anjou
Marie d’Anjou, Lda.
Fabricantes e exportadores de conservas de peixe
Sede: Rua do Alecrim 31 – 2º Andar
Telefones: 21526 e 21265- Lisboa
Fábrica na Vila da Calheta – Ilha de São Jorge
Esta fábrica foi fundada no final da década de 40, por Eduardo Quintela de Mendonça, oriundo do Algarve, que anos depois a vendeu a um cidadão suíço de nome Jean Sautier, que lhe deu o nome de “Marie d’Anjou”, uma famosa bailarina de Paris, da qual era fã.
Situada na orla marítima do porto da Calheta, conheceu dificuldades, o seu proprietário que vivia em Lisboa, explorava o ramo da relojoaria suíça. Talvez tenha conhecido os efeitos nocivos dos relógios de contrabando que entravam aos milhares em Portugal ao preço da chuva, tendo provocado enormes prejuízos no comércio de relógios, a nível nacional.
Em 1961 vendeu a fábrica a uma sociedade jorgense constituída por Nuno Alvares de Mendonça, Wagner de Mendonça e o Eng. José Maria Melo, os dois últimos já falecidos, iniciando a laboração nesse mesmo ano de 1961.
Laborou ate 1971.
Produziu conservas de peixe em azeite e salmoura, designado por “soft salt”, que se destinavam ao mercado americana. A conserva em azeite, destinava-se ao mercado europeu, português e italiano.
Os tipos de fabrico eram: “Guloso” em bocados, “Marie d’Anjou” atum em posta, “Nova Itália” em azeite e “Miettes” migalhas, que era destinado aos mercados da Suíça e Bélgica. O tipo “Miettes” era a embalagem mais usual, chegando a produzir mais de vinte mil latas diariamente.
A produção anual cifrava-se entre 300 a 600 toneladas.
Empregava durante a safra, de 60 a 70 homens e 400 a 500 mulheres. Quando havia peixe trabalhavam dia e noite, uma vez que não tinham rede de frio.
No último Verão, permanecia em ruinas a fábrica “Marie d’Anjou”, triste imagem de uma bailarina que foi famosa.
Marie d’Anjou, Lda.
Fish canners and exporters.
Head Office: Rua do Alecrim, 31 – 2nd Floor
Telephone: 21526 and 21265 – Lisbon.
Cannery at Vila da Calheta – – Ilha de São Jorge
This cannery was established by Eduardo Quintela de Mendonça, from the Algarve. Years later he sold it to a Swiss citizen by the name of Jean Sautier, who named it Marie d’Anjou, after a famous Parisian dancer of whom he was a fan. Situated by the sea in the port of Calheta, it underwent difficult times; its owner lived in Lisbon and was in the Swiss watch business. Perhaps he was aware of the harmful effects of the smuggled watches that entered Portugal by the thousands at knockdown prices, causing huge losses to the legitimate trade in watches.
In 1961 he sold the factory to a São Jorge company owned by Nuno Alvares de Mendonça , Wagner de Mendonça and Eng. José Maria Melo, the latter two are now deceased. The company was in business from 1961 until 1971.
It produced fish canned in oil and brine, known as ‘soft salt’, destined for the United States market. The fish conserved in oil was for the European, Portuguese and Italian markets.
The brand names were: Guloso (in chunks), Marie d’Anjou (tuna slices), Nova Itália (in oil) and Miettes (in small pieces, for the Swiss and Belgian markets). The commonest label was Miettes, of which over twenty thousand cans were produced per day. Annual production amounted to between 300 and 600 tonnes.
During the harvest the factory employed from 60 to 70 men and from 400 to 500 women. When there was fish they would work day and night, as they didn’t have a cooling system.
Last summer the Marie d’Anjou factory was in ruins, a sad image of a dancer who was once famous.
in, Os Açorianos e as Pescas, 500 anos de memórias – João A. Gomes Vieira