Os Açorianos e as Pescas, 500 anos de memórias - Corretora - São Roque e Vila Franca do Campo
Sociedade de Conservas Corretora Lda
Sociedade de Conservas Corretora Lda nasceu de uma sociedade agrícola que tinha como objetivo principal a cultura e exportação do ananás, cuja força motora desta iniciativa empresarial foi o homem de vistas largas Cristiano Frazão Pacheco, filho do armador marítimo do pesca do bacalhau, Cristiano Pacheco, de Ponta Delgada.
A escritura de constituição da “Sociedade Corretora” foi assinada em 22 de Agosto de 1913. Cristiano Frazão Pacheco exerceu por vários anos o cargo de Director e sob a sua iniciativa e visão empresarial foi fundada a “Companhia de Navegação dos Carregadores Açorianos” em 1920, que começou a operar em 1921, com o “Santa Maria”, que foi um dos primeiros vapores da frota.” O teatro Micaelense foi fundado com os lucros desta companhia.
O sector de conservas da “Sociedade Corretora” surgiu com a fábrica de Vila Franca do Campo fundada em 1918. A segunda fábrica, localizada em Rosto de Cão, nos arredores de Ponta Delgada, com o decréscimo da pesca de tunídeos deixou de processar peixe, passando a produzir conservas de fruta e vegetais. A fábrica de Vila Franca do Campo continua a produzir dois tipos de atum enlatado, marca “Fayas (latas de 250 grs. e 500 grs.) e “Corretora” (latas de 5 kgs.) e exporta para a ltália e América do Norte.
A produção média anual da fábrica de São Roque em 1967-68-69, foi de 106 toneladas em peixe enlatado, com o valor industrial de 1.635 contos (cerca de 8.175,00 euros). A produção média anual da fábrica de Vila Franca do Campo, do triénio 1967-69 em peixe enlatado, foi de 742 toneladas com o valor industrial de 11.573 contos (cerca de 57.865,00 euros).
As fábricas possuíam idêntica capacidade de laboração, a diferença da produção deveu-se apenas a falta de matéria prima.
O grosso das espécies laboradas foi tunídeos (albacora e bonito), na sua quase totalidade destinado a exportação. O chicharro e a cavala, foram apenas laborados para manter o pessoal fabril ocupado fora do período da safra de tunídeos. O pessoal empregado nas duas unidades fabris foi:
São Roque – Pessoal permanente 15 pessoas – eventual 100
Vila Franca do Campo – Pessoal permanente 10 pessoas – eventual 180
O pessoal permanente auferia um salário médio de 70$00/ dia (cerca de 0,35 euros), estando englobados neste grupo o pessoal especializado como, o cortador, caldeireiro, cozedor, esterilizador e o mecânico. O pessoal eventual era só admitido durante o período da safra de tunídeos, na quase totalidade mão-de-obra feminina, cujo salário diário médio rondava os 30$00 (cerca de 0,15 euros).
in, Os Açorianos e as Pescas, 500 anos de memórias – João A. Gomes Vieira