Os Açorianos e as Pescas, 500 anos de memórias - Cofaco Açores
A sociedade Cofaco chega aos Açores em 1962. A deslocação de empresas, tão em voga actualmente, já aconteceu também no passado. No presente caso deveu-se à falta de matéria-prima devido a crise que se instalou na pesca do atum no Algarve, que tinha em Vila Real de Santo António, o mais importante centro fabril e conserveiro de Portugal.
A sociedade de conservas Cofaco, Lda., com sede em Vila Real de Santo Ant6nio, decidiu instalar unidades de pesca e sobretudo transformação da pesca, nos Açores. Os contactos de instalação foram guiados pela sábia mão do Sr. Comendador Francisco do Carmo Alves Pessanha, o mais antigo especialista da conserva do alum nacional, figura de referência na indústria conserveira portuguesa. A sua longa e sólida experiencia aliada à sua larga visão empresarial e comercial, tomou-se a grande força modernizadora da industria conserveira nos Açores e no país.
As empresas a quem comprou o alvará de exploração industrial eram antigas e trabalhavam de modo artesanal.
lmpôs-lhes modificações de equipamentos, adoptou modernas técnicas de laboração e diversificando a produção, rapidamente as tomou rentáveis. Foi o primeiro empresário a laborar o bonito nos moldes modernos, que produz conserva de alta qualidade com maior valia em muitos mercados, sobretudo na Itália e Estados Unidos, que é o maior consumidor de atum a nível mundial.
A sua primeira aquisição nos Açores remonta a 1962, adquirindo ao industrial Artur Carreiro, a fábrica situada na Calheta de Pero de Teive, ponta leste da cidade de Ponta Delgada, comprando conjuntamente a frota de pesca que o mesmo possuía, composta por três embarcações “Água de Alto”, “Santa Teresa” e outro. Foram assim iniciados os primeiros passos do expansão da maior sociedade conserveira dos Açores e certamente a maior do país, esse mesmo ano estabeleceu-se na ilha do Pico.
A sua laboração no ano de 1969 foi de 181 toneladas de peixe enlatado, com o valor comercial de 2.282 contos (cerca de 11.410,00 euros). Laborou apenas albacora e bonito. O pessoal empregado foi de 15 homens permanentes, acrescidos de 60 mulheres durante a época de laboração no período de safra dos tunideos. O pessoal permanente, com a excepção do mecânico, não era especializado, auferindo um salário médio diário de 50$00 (0,25 euros). O pessoal eventual feminino oscilava entre 20 e 24$00/dia (cerca de 0,10 e 0,12 euros).
Possuía duas traineiras utilizadas na safra de tunideos e registadas na capitania de Ponta Delgada e mais três unidades nas Ilhas do Grupo Central. Com boas safras e boa gestão comercial e financeira, navegou de vento em popa e a sua actividade foi crescendo, a ponto de ter que construir uma moderna fábrica que fosse compatível com o meio, que não o citadino. Foi implantada na freguesia piscatória de Rabo de Peixe, tendo sido inaugurada no final do Verão de 1992, pelo então Primeiro Ministro de Portugal, Prof. Cavaco Silva. A decisão da construção desta fábrica, que é a maior do país, deveu-se a visão estratégica e determinação do Sr. Luis Tavares, o actual Presidente do Conselho de Administração do Grupo Cofaco.
A Cofaco é líder nacional na produção de conservas de peixe. A fabrica de Rabo de Peixc, com 283 trabalhadores, no ano 2005, produziu 27.674.891 latas de conserva convertidas a 1/4 clube. As embarcações que pescaram em 2005 foram: “Condor” com 15 pescadores, ” Ponta dos Arcos” com 15 pescadores, ”Genova” com 15 pescadores, ” Espartel” com 17 pescadores, “Milão” com 14 pescadores e “Amanhecer” com 18 pescadores.
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