Jornal “Gazeta do Algarve” – ano II

n° 142 de 22 de Setembro de 1875

Transcrição parcial de uma carta do correspondente em Vila Real de Santo António” Vila Real, 17 de Setembro .

….Há um par de anos para cá temos um presidente da Câmara que tem feito alguns melhoramentos,mandado calçar as ruas; temos em príncipio e alguma coisa adiantada uma praça para a venda do peixe; porém desgraçadamente ninguém lhe ajuda em seus esforços. Já vê se haverá por aqui incúria e abandono.

É preciso advertir que este cavalheiro não é natural desta vila, e empregado numa casa de comércio.

Logo que este cavalbeiro entrou para a Câmara representou ao Governo a necessidade d’um paredão ou alguns cais na frente da vila porque as águas já chegam em marés vivas próximo dos prédios. Trabalhouimenso e até hoje nada tem resolvido o Governo; aumentando de dia para dia a entrada das águas a ponto de passarem pelo lado nrte até à esquina da segunda rua.

Quem vê o movimento deste porto e o rendimento desta delegação, não pode deixar de dizer que Vila Real é enjeitada, e mormente quem tem visto Portimão e outros portos do Algarve, que não são nada para o Tesouro comparativamente com este. Eu que não sou daqui digo-lhe com franqueza que me dá pena presenciar o queesta vila tem e vai aumentando, para estar tão olvidada dos poderes públicos e até mesmo dos seus habitantes. Por isso confesso que nunca obterão coisa alguma para beneficio geral; só se os jornais da província se interessarem por ela. Não tenho tempo para mais, outro dia direi mais alguma coisa.

Do nosso correspondente “