Estiva Paolo Cocco - Lagos

NOME EMPRESA / COMPANY NAME: Estiva Paolo Cocco – Lagos

NOME FÁBRICA / FACTORY NAME: Fábrica da Ribeira

PROPRIETÁRIO/OWNER: Paolo Cocco

FUNDAÇÃO / FOUNDED: 1918

LABOROU EM/WORKED DURING:

ENCERRAMENTO / CLOSURE:

Nº EMPRESA IPCP/ IPCP COMPANY Nº: 

ALVARÁ / CHARTER:

MORADA / ADDRESS:

CIDADE / CITY: Lagos

NO MESMO LOCAL FUNCIONOU/AT THE SAME LOCATION WORKED:

OUTROS LOCAIS / OTHER PLACES:

TIPO / TYPE: Packers of canned fish in salt

FONTES / SOUCES:
Cem anos de Indústria Conserveira em Lagos – a memória em imagens – Francisco Castelo – Fototeca Municipal de Lagos 23 de Março de 2019

MARCAS / BRANDS:

18 de março de 1918
Paolo Cocco requereu licença para instalar uma «oficina de salga e preparação de peixe em salmoura» (2) junto da Administração do Concelho de Lagos.

9 de agosto de 1919
Não se verificando qualquer oposição pública às pretensões do industrial, o licenciamento provisório de funcionamento foi comunicado em oficio do Diretor-Geral do Trabalho, de 9 de agosto de 1919, ao Engenheiro-Chefe da 5ª Circunscrição Industrial.

15 de janeiro de 1920
A instalação estava terminada, segundo um requerimento de Paolo Cocco (então com 41 anos de idade). datado de 9 de março de 1922, solicitando o registo do «seu estabelecimento [. .. ] que se destina a exploração da industria de salga de peixe».

23 de agosto de 1924
Após uma vistoria efetuada par peritos no dia 23 de março de 1923, mais de um ano depois, no dia 23 de agosto de 1924, foi concedido a Paolo Cocco o alvará de funcionamento Nº 4187, que permitiu a laboração da sua fábrica de conservas de peixe em azeite.

Localizada junta ao arco de S. Gonçalo, a «denominada casa da Iota», já propriedade do industrial (3), iniciou o seu funcionamento em 11 de janeiro de 1924.

A fábrica da ribeira compunha-se de uma secção de cheio e uma secção de vazio. A primeira destinava-se a preparação e acondicionamento do pescado e estava apetrechada com três mesas de descabeçar, dois carros de coser, um cofre para grelhas, duas mesas de enlatar de 20 lugares cada uma, uma cravadeira (4) de marca Sudry B.C:7., uma cravadeira para latas redondas e uma caldeira para coser atum e cavala, a que veio somar-se em 1941 um cofre para esterilização. Na secção de vazio, destinada a produção ou preparação de contentores para o pescado, estão documentadas duas tesouras, uma rebordadeira e cinco balances (prensas para cunhagem e impressão em relevo) (5). Há conhecimento posterior de um reforço do equipamento, com a instalação de uma cravadeira Sudry B.C.10. , autorizada por despacho de 10 de março de 1949.

24 de julho de 1947
Quanta ao número de operários, tendo em conta o panorama nacional, podemos considerar a fábrica da Ribeira um estabelecimento de média dimensão.

No ano de 1947 estão contabilizados 95 trabalhadores, de acordo com uma listagem enviada como anexo a um ofício do Sindicato Nacional dos Operários da indústria de Conservas do Distrito de Faro (Secção de Lagos) datado de 24 de julho de 1947 (7).

Em 1948, outro documento refere 6 homens e 24 mulheres no quadro permanente e 64 mulheres no quadro eventual (8). As mulheres, em maioria, dedicavam-se sobretudo a preparação e acondicionamento do pescado, enquanto aos operários do sexo masculino competia a preparação do vazio.

25 de fevereiro de 1950
Considerando as condições de trabalho oferecidas pela fábrica, um auto de vistoria favorável à sua manutenção, elaborado em 25 de fevereiro de 1950, destaca as boas condições ignífugas e de segurança da cobertura, a existência de água potável em abundância, a boa iluminação e ventilação dos postas de trabalho e a ligação adequada dos esgotos ao coletor público. (9)

26 de julho de 1955
Em 26 de julho de 1955, o alvará e registo da fábrica da Ribeira foram averbados em nome da firma Paolo Cocco, Herdeiros, Lda. sociedade por quotas constituída par escritura pública exarada no gabinete notarial do Dr. José Formosinho, no dia 12 de fevereiro de 1955, após a morte do patriarca, no ano de 1954.


A fábrica da Ribeira funcionou até 1959, ano em que, no contexto da transformação da frente ribeirinha de Lagos por ocasião do quinto centenário da morte do Infante dom Henrique, foi autorizada a deslocar-se para Ílhavo, por despacho de 31 de outubro, do secretário de Estado da Indústria, e após um processo de expropriação iniciado em 1957.
 
O alvará da fábrica caducou em 14 de março de 1960, alguns dias depois da enfermidade atrás referida (13)
 
Contrariamente ao que poderíamos pensar, os efeitos sociais da deslocalização não se fizeram sentir naquela altura, já que a fábrica de conservas em salmoura e filetagem sita na Rua Lançarote de Freitas, pertencente à mesma firma, absorveu todos os operários, que desde sempre trabalharam nas duas fábricas (14)
 
Em 1972, a segunda unidade, se não tinha já encerrado, estaria prestes, pois consta no nosso arquivo um requerimento de 10 de janeiro daquele ano, da firma Paolo Cocco, Herdeiros, Limitada, solicitando aprovação do projecto de ocupação residencial e comercial da área entre as ruas Gil Vicente e Lançarote de Freitas, onde precisamente se localizava aquela unidade fabril.

in PAOLO COCCO E AS CONSERVAS DE PEIXE EM LAGOS por Antonio Botelheiro Carrilho

Scroll to Top