COFACO - Açores
A Cofaco chegou aos Açores em 1962 devido à crise que se instalou na pesca do atum no Algarve onde esta empresa tinha em Vila Real de Santo António o seu mais importante centro fabril.
Os contactos para a instalação da nova fábrica foram guiados pelo Sr. Francisco do Carmo Alves Pessanha figura de referencia na industria conserveira portuguesa. Assim, e neste mesmo ano a Cofaco adquiriu o alvará de laboração de conservas de peixe á firma “Peixoto Salema e Chico Campos” que era uma antiga industria situada na Areia Larga que estava obsoleta.
Em 1964 entrou em laboração uma ampla fábrica com os requisitos exigidos para a época que permitia laborar 20 toneladas de peixe por dia. Por não estar equipada com rede de frio, durante a safra a fábrica trabalhava dia e noite com 3 turnos de 120 operários por turno.
O papel desempenhado pela COFACO foi e ainda é de grande alcance social, pelos postos de trabalho criados e pelas divisas que geram a sua exportação. É justo referir que a COFACO foi a primeira escola profissional desta ilha pela especialização que proporcionou a alguns operários como electricistas, mecânicos, técnicos de electrónica, torneiros e administrativos. Muitos foram os que continuaram a trabalhar dentro das suas áreas de formação já fora do âmbito da empresa.
A COFACO teve um papel fundamental no emprego de mão de obra feminina. No inicio dos anos 60 e numa ilha como o Pico, a oportunidade de emprego de mulheres em larga escala foi uma verdadeira “revolução” social para além do impacto económico que este rendimento teve nas famílias.
Hoje, neste concelho ou até mesmo na ilha, não existe instituição desportiva, cultural, comissão de festas ou irmandade que não tenha beneficiado da colaboração desta empresa fabril com ofertas do seu produto. A componente social não fica por aqui, a COFACO também disponibilizou durante muitos anos, com a cedência do seu refeitório uma sala de festas para a Madalena. Naquele espaço amplo e agradável aconteceram os eventos sociais mais importantes da época. Alí se fizeram grandes bailes com os 2 agrupamentos musicais mais “badalados” do momento: Os “Pedras Negras” e os “Ilhéus”.
Com frequência recorriam às oficinas da Cofaco os serviços oficiais da ilha tais como as câmaras ou a delegação de Obras Públicas a quem esta empresa disponibilizava os seus serviços de forma gratuita. Ainda hoje a COFACO colabora no fornecimento de energia eléctrica à semelhança do que sempre fez a pedido de comissões locais que preparavam eventos de carácter social.
A COFACO labora hoje cerca de 5000 toneladas/ano, emprega na unidade da Madalena 220 trabalhadores e exporta para mais de 30 países com especial destaque para Angola, Itália e Estados Unidos.
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