César Guerreiro - Almada

NOME EMPRESA / COMPANY NAME: César Guerreiro

NOME FÁBRICA / FACTORY NAME: A Invencível

PROPRIETÁRIO / OWNER:

FUNDAÇÃO / FOUNDED: Unknown opening date

LABOROU EM / WORKED DURING:

ENCERRAMENTO / CLOSURE: Unknown closing date

Nº EMPRESA IPCP / IPCP COMPANY Nº:

ALVARÁ / CHARTER:

MORADA / ADDRESS: Caramujo

CIDADE / CITY: Almada

NO MESMO LOCAL FUNCIONOU / AT THE SAME LOCATION WORKED:

OUTROS LOCAIS / OTHER PLACES:

TIPO / TYPE: Packers of canned fish in olive oil

FONTES / SOUCES:

MARCAS / BRANDS:

1919

Entre 1917-1920 decorre a segunda grande onda grevista no primeiro quartel do século XX, em Almada. E com maior representatividade das mulheres. Também foram organizadas greves no sector das conservas. A Lisbonense, a Invencível e a Luís Filipe entram em greve a 7 de Agosto de 1919, por aumentos salariais de 2 centavos por hora e que teve o apoio dos soldadores. (Joana Dias Pereira, «A formação da classe operária portuguesa e o caso de estudo almadense», in Anais de Almada, 13-14, 2010-2011, p. 174)

1940

Neste ano de 1940 encontravam-se 7 fábricas de conservas a laborar no Concelho:

– 2 no Ginjal (fábrica do Moreira ou Gonzalez & Nascimento, Lda e La Paloma)

– 2 na Trafaria (Conservas Praia do Sol, Lda e fábrica de Eduardo José Abecassis)

– 1 no Porto Brandão (Gia Batta Trabucco, Lda)

– 1 em Cacilhas/Margueira (Mota Raimundo & Irmão Lda)

[a laborar durante a década de 1950, embora os aterros para a abertura da variante da EN10 de ligação Cacilhas-Piedade (1948-52), com o afastamento do rio e a inoperacionalidade dos cais de acostagem tenha provavelmente ditado o seu encerramento)

1 no Caramujo (Invencível, de César Guerreiro ou a Manuel do Ó?)

“Todas elas eram pequenas unidades sem fabrico interno de latas para as conservas em molhos, à excepção da Gio Batta Trabucco Lda, que tinha fabrico próprio da lata redonda. Duas delas – La Paloma e Mota Raimundo Irmão Lda. respectivamente do Ginjal e de Cacilhas – encontravam-se relativamente mecanizadas, com diversas máquinas operadoras em funcionamento. A resposta local ao fabrico de latas era garantida, no Ginjal, pela latoaria mecânica de Eduardo de Oliveira, também fabricante de latas redondas, mas este fabrico destinava-se sobretudo às conservas de azeitonas e à embalagam de azeite.”

“As unidades mais importantes do concelho de Almada foram a Ramiro Leão & C.ª, conserveira de vários produtos, a fábrica do Moreira, a La Paloma, ambas no Ginjal, e a Invencícel de César Guerreiro, no Caramujo.

(Jorge Custódio, «Almada mineira, manufactureira e industrial», in Al-madam, n.º 4, Outubro 1995, p. 138)

“ O Rio tejo chegava até à porta dos armazéns onde funcionava a indústria da conserva do peixe em salmoura. Isto simplificava a descarga do peixe fresco, feito pelas varinas. O pescado vinha acondicionado em caixotes e madeira, e era levado à mão, ou à cabeça para o interior dos armazéns. Habitualmente o transporte era feito pela fragata “Maria da Encarnação”, que carregava no Cais da Ribeira em Lisboa, local onde o peixe era comprado, pela empresa “Mota Raimundo & Irmão”, empresa cuja sede se situava no Cais do Sodré em Lisboa. O peixe que era utilizado na produção consistia em sardinha, biqueirão, chicharro e atum. O sal que era necessário para a salmoura, era transportado em varinos para a fábrica. O peixe era limpo das vísceras, logo à entrada do processo de transformação. Depois era colocado em salmoura, durante o tempo necessário, e a temperatura frequentemente controlada para o peie não se estragar. O biqueirão era também descabeçado, ao passo que a sardinha seguia inteira. Após a salga eram colocados em latas, pressionada com uma espincha de madeira, depois prensada. O processo completava-se com a soldadura das latas. O atum depois de limpo e amanhado, ficava convertido numa “manta” sendo de seguida escalado. Após a salmoura, era colocado em barricas de madeira, e as tampas fechadas e as aduelas colocadas. As barricas eram adquiridas na tanoaria de Salvador Raposo e as latas na latoaria da família Oliveira, pequenas indústrias situadas no Ginjal. Todas estas atividades geravam riqueza e empregos para a população e Cacilhas. A fábrica de estiva de peixe chegou a ter mais de trinta trabalhadores, na sua maior parte operárias conserveiras. A gestão da produção, e a parte da tanoaria que consistia na colocação das aduelas e fecho de barricas, assim como a soldadura das latas, estavam entregues a homens.”

[testemunho de D. Augusta Simões, trabalhadora na empresa nas décadas de 1940-50, in Contributos para a História de Cacilhas – As Margueiras. sn.(Almada): O Farol – Associação de Cidadania de Cacilhas | Junta de freguesia de Cacilhas, 2013,pp 37-39

 

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