Tenório brand

BRAND / MARCA: Tenório

FABRICANTE / PACKED BY:
Cofaco Comercial e Fabril de Conservas Lda. – V.R.S.A.
Gian Baptista Parodi – Olhão
Comada, Conservas da Madeira SA
Francisco Rodrigues Tenório – Vila Real de Santo António
Viúva e Herdeiros de Francisco Féria Tenório – Vila Real de Santo António

CLIENTE / PACKED FOR:

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BRAND REG NUMBER / NÚMERO REGISTO DE MARCA:

FONTE / SOURCE:

A origem do atum Tenório remonta a 1961 e ao nascimento da Cofaco no Algarve, com sede em Vila Real de Santo António. Mas com a escassez, de atum nos mares algarvios, a Cofaco desloca-se para o arquipélago dos Açores, local priviligiado de passagem do atum nas suas rotas migratórias através dos oceanos.
Actualmente é uma empresa exclusivamente açoriana, situando-se os seus pólos industriais nas ilhas do Pico (Madalena do Pico), S. Miguel (Rabo de Peixe) e Horta (Faial).

Já a origem da marca remonta aos tempos mais longínquos da fábrica de conservas de atum em lata São Francisco de Francisco Rodrigues Tenório (Vila Real de Santo António) fundada em 1880 que alcançou rapidamente grande prestígio pela alta qualidade do atum em lata que fornecia aos mercados internos e externos.

“Observam-se registos de finais de oitocentos e principioas de novecentos, de uma primeira fase de domínio desta indústria, em Portugal, por parte de gregos e italianos, implementada em por­ tos pesqueiros onde abundavam o atum, o biqueirão e outras espé­ cies, principalmente no sul do país5. É a partir deste período que se começa a enlatar o pescado, sendo o fabrico da lata assegurado por uma unidade de solda em anexo ou por compra dos componentes da lata a terceiros: nesta situação podem indicar­se os casos exemplares da fábrica de Hubert de Ouizille (Setúbal, 1880), a fábrica de conser­vas de atum em lata S. Francisco de Francisco Rodrigues Tenório (Vila Real de Santo António, 1880) e a Santa Maria, de Parodi e Rol­ dan (Vila Real de Sto António, 1879).”*
*HUGO NAZARETH FERNANDES

Atum Tenório

O atum “TENÓRIO” é dos poucos que ainda não foram à televisão apresentar as suas reivindicações. Trata-se de um atum bastante antiquado, muito pouco dado aos aliciantes dos “mass media”. O rosto de Francisco Rodriguez Tenório que fita do centro da lata, realçado severamente por suas suíças longas e sobrolho carregado, é ele próprio uma garantia implacável de tradição e de honestidade. 

Não alinha nas campanhas publicitárias com que os atuns menores se procuram agraciar junto aos espectadores. O “Tenório” é o Alexandre Herculano dos atuns enlatados – sóbrio, fidedigno, objectivo e bom. A efígie de Dom Luís, Rei de Portugal, protector da Exposição na Real Tapada em 1804, fala-nos de um tempo passado, em que um atum ainda era um atum, um Rei ainda era um Rei, e os mares ainda eram nossos.

Em parte alguma da embalagem se lêem adjectivos gratuitos. Não diz “delicioso” nem “econômico”. Não diz nada. Nem sequer diz “de fácil abertura” – até porque a abertura é saudavelmente dificílima. O atum “Tenório” não é atum para facilitar a vida do utente – não tem embalagem de celofane com chave lá dentro. Nem uma coisa nem outra – só a lata e o atum. Presume, com justificada arrogância, que a qualidade do peixe obriga o consumidor a responsabilizar-se por encontrar uma chave, um maçarico, o que seja. O bom atum Francisco Rodriguez Tenório não está decididamente para brincadeiras.

Cada lata custa aproximadamente 150$00, o que não é barato nem caro, mas inteiramente justo.

Fonte: Miguel Esteves Cardoso, A causa das coisas, 7 ed. Lisboa: Assírio & Alvim, 1988, p. 308

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