Fábrica de Conservas La Paloma – Fábrica do Alemão
Construída no final da década de 20 ou início dos anos 30 do séc. XX, a fábrica da Sociedade de Conservas “La Paloma, Lda.” era propriedade do industrial alemão Martin Stichaner Roth.
Esta fábrica, já desaparecida, conhecida localmente por “Fábrica do Alemão”, localizava-se na Estrada da Ajuda (atual Avenida 25 de abril), ocupando a área onde hoje se situa a Escola Secundária de Peniche. A antiga fábrica de conservas de peixe, correspondia a um prédio murado com mais de 15 000 m2, ocupando a área coberta de 4 485m2. Compreendia o edifício da fábrica e anexos, um terreno agrícola, um bairro operário e a própria residência do seu proprietário, com um vasto jardim.
No exterior desta residência, na fachada principal, encontrava-se um painel azulejar alusivo a S. Martinho, pelo que era igualmente designada de “Fábrica de S. Martin”.
O facto de o nome de Martin Stichaner Roth, que também detinha outras unidades do género em Almada e Setúbal, surgir mencionado em documentos oficiais britânicos e americanos dos anos de 1941, 1942 e 1944, enquanto pessoa com ligações económicas à Alemanha, indicia que também a produção conserveira desta unidade fabril terá sido transacionada para este país beligerante, beneficiando porventura da nacionalidade do seu proprietário.
Após a morte do industrial alemão, em 1951, a Sociedade de Conservas “La Paloma, Lda.” entra em falência, e a Caixa Geral de Depósitos, enquanto principal credor, inquire a Câmara Municipal de Peniche no sentido desta poder adquirir o imóvel. A autarquia interessa-se desde logo pela aquisição daquela vasta propriedade com o objetivo de poder oferecer ao Estado o terreno necessário para a edificação de uma escola industrial e comercial. Assim, em 1953, é inaugurado o novel edifício da então Escola Industrial de Peniche, atual Escola Secundária de Peniche
“Ao Truár de Artilharia”
in Memórias das Guerras do século XX no concelho de Peniche