A arquitetura industrial conserveira em Setúbal. De1924 - 1994

Maria João Ferreira Santinhos

ISCTE – Instituto Universitário de Lisboa
Escola de Tecnologias e Arquitetura
Departamento de Arquitetura e Urbanismo

Trabalho teórico submetido como requisito parcial para a obtenção do grau de Mestre em Arquitetura
Orientador
Professora Doutora Arquiteta Soraya de Fátima Mira Godinho Monteiro Genin
Outubro | 2015

Anexo VI - Processos de obras das unidades conserveiras, Câmara Municipal de Setúbal

Établissements F. Delory

Figura 46 Número 1 – Planta de implantação. Projeto de diversas obras na fábrica de conservas alimentícias da firma Établissements F. Delory, 1937. Processo de Obras nº 4/1937. CMSTB. [Acessível A.D.S.].

Documento 1 – Número 1 – Memória descritiva e justificativa. Projeto de diversas obras na fábrica de conservas alimentícias da firma Établissements F. Delory, 1937. Processo de Obras nº 4/1937. CMSTB. [Acessível A.D.S.].Fls.18 e 18v.

O processo de obras nº 4/1937 é constituído por cinco plantas, descrição, informações, licenças para obras e requisição de obras. Proprietário: Etablissements F. Delory; Técnico responsável: José Guilherme dos Santos – construtor civil, João Cândido da Silva – encarregado de obras particulares.

“A fábrica de conservas alimentícias da firma Établissements F. Delory, situada junto à rua dos Trabalhadores do mar, em Setúbal, Freguesia da Anunciada, está instalada em edifício próprio constituído por várias alas cobertas, parte em estrutura metálica e chapa de fibro-cimento e parte em madeiramento e telha portuguesa e chapa de zinco.

A parte em que existe a estrutura metálica é a que se encontra em melhores condições, visto esse trabalho ter sido executado há poucos anos. A parte restante, que se encontra em mau estado de conservação, é constituída por barracões de madeira que oferecem mau aspecto e em que não se aconselha qualquer grande reparação – porque essa solução não seria a mais indicada para melhorar o existente.

Assim, e tomando por base o trabalho ultimamente executado, que dá um aspecto interessante ao edifício, resolveu a firma requerente mandar elaborar o projecto necessário para a continuação desse trabalho e melhoria das suas instalações, de uma maneira geral.

O projecto que se junta e que se submete à apreciação das entidades competentes, estabelece os seguintes trabalhos:

a) Demolições: Será demolida toda a parte incluída nas duas alas com cobertura antiga, e que as divisórias, em madeira, que formam os compartimentos de “serralharia” e “arrecadação de matérias-primas”;

b) Construção: As divis.rias acima citadas ser.o substitu.das por alvenaria de tijolo e argamassa de cimento e areia, empregando-se material idêntico na parede norte, a construir. Nesta parede os vãos indicados serão formados por caixilharias em ferro e vidro; a porta de correr, em chapa de ferro.

As duas alas indicadas no projecto serão cobertas com material idêntico ao das existentes (ferro e chapa de fibro-cimento), levando os lanternins necessarios para uma eficiente ilumina..o das várias Secões da Fábrica.

Consegue-se assim a uniformidade desejada para o conjunto dos vários corpos do edifício.

Pelo desenho da fachada Norte, a linha pontuada, se verifica a pobreza de aspecto que ela nos oferece.

O traço a cheio mostra-nos o aspecto futuro – mais adequado a uma fábrica de conservas alimentícias que pretende possuir as suas instalações com os melhoramentos necessários e próprios do desenvolvimento que a época impõe.

Todas as paredes serão rebocadas com argamassa de cimento e areia, recebendo caiação nas demãos convenientes.

A estrutura metálica da cobertura e a caixilharia dos v.os projectados serão defendidas da acção do tempo por intermédio de pitura a tintas apropriadas.

Os lanternins serão cobertos a chapa de vidro armado.

O projecto que se apresenta foi elaborado tomando em atenção as disposiõnes do Regulamento Geral de construção Urbana para a cidade de Setúbal; os cálculos justificativos da cobertura têm a responsabilidade de um engenheiro Civil; a direcção da obra ficará a cargo de um encarregado de Obras Particulares devidamente inscrito.”

Setúbal, Janeiro de 1937

Figura 47 Número 1 – Planta geral. Projeto de diversas obras na fábrica de conservas alimentícias da firma Établissements F. Delory, 1937. Processo de Obras nº 4/1937. CMSTB. [Acessível A.D.S.].

Figura 48 Número 1 – Alçado fachada nascente. Projeto de diversas obras na fábrica de conservas alimentícias da firma Établissements F. Delory, 1937. Processo de Obras nº 4/1937. CMSTB. [Acessível A.D.S.].

Figura 49 Número 1 – Alçado fachada norte e Corte transversal. Projeto de diversas obras da fábrica de conservas alimentícias da firma Établissements F. Delory, 1937. Processo de Obras nº 4/1937. CMSTB. [Acessível A.D.S.].

Figura 50 Número 1- Planta de cobertura, alçado longitudinal, cortes transversais. Projeto de diversas obras na fábrica de conservas alimentícias da firma Établissements F. Delory, 1937. Processo de Obras nº 4/1937. CMSTB. [Acessível A.D.S.].

Figura 51 Número 10 – Planta de localização, planta da loja e 1º andar. Projeto de demolição de divisórias para ampliação da fábrica de conservas da firma J. Antunes Fragoso, Lda., 1935. Processo de Obras nº 75/1934/35. CMSTB. [Acessível A.D.S.]

Marques, Neves & Cª, Lda.

Figura 52 Número 16 – Alçado. Projeto de diversas obras numa dependência de fábrica de conservas alimentícias da firma Marques, Neves & Cª, Lda., 1937. Processo de obras nº 31/1937. CMSTB. [Acessível A.D.S.].

Figura 53 Número 16 – Alçado existente e transformação. Projeto de modificação da fachada da fábrica de conservas da firma Marques, Neves & Cª, Lda., 1942. Processo de obras nº 40/1942. CMSTB. [Acessível A.D.S.].

Documento 2 – Número 16 – Carta da firma Marques, Neves & Cª, Lda. ao Presidentes e Vogais da Câmara Municipal de Setúbal. 1942. Processo de obra 40/1942. CMSTB. [Acessível A.D.S.]. Fls 6 e 6v.

Exmº Sr. Presidente e Vogais da Câmara Municipal de Setúbal

“A firma Marques & Neves & C., Lda., pretendendo mandar proceder à demolição da fachada do 1.andar de um prédio que possue na Rua Camilo Castelo Branco e que constitue dependência da sua fábrica de conservas de peixe, a-fim-de de poder igualmente mandar proceder à construção da respectiva cobertura ao nível geral da existente na referida fábrica.

Para esse efeito vem requerer a devida autorização da Exm. Câmara Municipal, juntando desenho do qual consta a alteração da fachada em face de demolição que se pretende.”

“Em tempo: descrição das obras a executar a título provisório:

– Assentamento de três asnas em madeira ao nível do corpo principal da fábrica e na zona do prédio que actualmente possue fachada de 1. andar;

– Elevação de outras três, para se estabelecer “ pé direito” uniforme;

– Respectiva cobertura em telha tipo Marselhas;

– Demolição da fachada do 1. andar até à altura da cortina do edifício à direita;

Deslocação de “cofres” e construção de “pios de moura”;

– Rebocos em paredes;

– Arranjo de pavimento em betonilha.”

Setúbal, 10 de Junho de 1942

Marques, Neves & Cª, Lda.

Figura 54 Número 16 – Alçado existente e transformação. Projeto de modificação da fachada da fábrica de conservas da firma Marques, Neves & Cª, Lda., 1942. Processo de obras nº 40/1942. CMSTB. [Acessível A.D.S.].

Documento 3 – Número 16 – Memória descritiva e justificativa. Projeto de modificação da fachada da fábrica de conservas da firma Marques, Neves & Cª, Lda., 1942. Processo de obras nº 40/1942. CMSTB. [Acessível A.D.S.].

O processo de obras nº 40/1942 é constituído por duas plantas, requerimentos, memória descritiva, informações, termo de responsabilidade, requisição de licença de obras, licenças para obras, fiscalização de obras particulares, boletim de responsabilidade. Proprietário: Firma Marques Neves, & C.ª Ld.ª; Técnico responsável: António Joaquim Melgueira – encarregado de obras particulares, José Guilherme dos Santos – construtor civil e Manuel Coelho – agente técnico de engenharia.

“As instalações industriais da firma Marques, Neves & Cª, Lda., situadas na Rua Camilo Castelo Branco, em Setúbal, tem aspecto pobre, exteriormente.

Esse aspecto, mesmo nada tem de característica que em edifícios de tal género se deve sempre verificar, pois se trata de uma série de edifícios de tipos diferentes entre si. Não obstante, o facto justifica-se, porquanto a aquisição de vários prédios tem sido feita à medida que se regista a necessidade de maior área para o desenvolvimento da indústria.

Presentemente reconheceu a firma proprietária que era oportuno o momento de modificar o aspecto da sua fábrica, baseando essa modificação em linhas que permitissem simplicidade n.o isenta de elegância, tal como se encontra o edifício da sua fábrica de Matozinhos.

Tomada por base a localização das asnas que constituem a cobertura, a-fim-de evitar-se despesas desnecessárias na formação de ressalvas especiais para os novos vãos, deu-se à nova fachada uma distribuição de iluminação e ventilação que a laboração da fábrica exige e, seguindo os princípios adotados pela prática, reduziu-se ao mínimo o número exagerado de vãos de portas.

Assim, o vão de porta para serventia de pessoal e outro para serventia de materiais, ambos amplos a permitir desafogo na função a que se destinam.

O trabalho a executar ., na realidade, de grande simplicidade, se bem que oneroso em virtude de se tratar de uma fachada com a extensão de 47, 5m; essa simplicidade, de resto, é o que dará ao conjunto o aspecto desejado.

Os vãos de janelas e portas trabalham enquadrados em reentrância de 3 cm., de forma a destacarem-se e a fazerem destacar as zonas de parede que os acompanham inferior e superiormente; para valorizar o aspecto geral não se adotou o sistema de estabelecer “degrau” na cortina acompanhado o declive de arruamento.

Por sobre a porta principal assentará um painel com a designação da firma interessada em letras de relevo.

A caixilharia será em madeira e receber. a competente pintura a óleo.

Todos os planos de parede serão guarnecido a esponjado com a cor na massa.

A transformação exterior em nada afecta o interior do edifício, antes permitirá uma mais correcta disposição de “cofres”, secção de enlatamento, secção de peixe, etc.”

Setúbal, 21 de Maio de 1942

União Industrial de Conservas, Lda.

Figura 55 Número 18 – Planta e corte de pormenor. Projeto de substituição de cobertura de armazém da fábrica de conservas da firma União Industrial de Conservas, Lda., 1942. Processo de obra nº 4/1942. CMSTB. [Acessível A.D.S.].

Documento 4 – Número 18 – Memória descritiva e justificativa. Projeto de substituição de cobertura de armazém da fábrica de conservas da firma União Industrial de Conservas, Lda., 1942. Processo de obra nº 4/1942. CMSTB. [Acessível A.D.S.].Fl. 14.

O processo de obras nº 4/1942 é constituído por duas plantas, requerimentos, memória descritiva, informações, termo de responsabilidade, requisição de licença de obras, licenças para obras, fiscalização de obras particulares, boletim de responsabilidade, licenças para vistoria, habitação ou ocupação de prédios, auto de vistoria, licença para ocupação de prédios. Proprietário: União Industrial de Conservas, Ld.ª; Técnico responsável: José Cotrim Simões – encarregado de obras particulares, José Guilherme dos Santos – construtor civil.

“Das obras que a União Industrial de Conservas, Lda. pretende fazer no seu terreno situado na parte posterior da sua fábrica de conservas de peixe, na Rua António José Batista.

As obras a fazer constam da construção de um barracão com 17 x 20 metros, em alvenaria de tijolo com pilares, e cobertura a telha tipo Marselha.

O pavimento será feito a betonilha.

Todas as paredes ser.o rebocadas e caiadas.

A construção assentar. sobre uma fundação de pedra rija e argamassa de cimento e areia.

Ver detalhes no projecto junto.”

Setúbal, 28 de Fevereiro de 1942.

Figura 56 Número 18 – Planta de implantação, Planta, Alçado frente e lado, Corte. Projeto de um barracão da fábrica de conservas da firma União Industrial de Conservas, Lda., 1942. Processo de obra nº 4/1942. CMSTB. [Acessível A.D.S.].

Figura 57 Número 18 – Planta de implantação, planto, Alçados Norte e Poente e corte. Projeto de construção de novas instalações sanitárias da fábrica de conservas da firma União Industrial de Conservas, Lda., 1944. Processo de obra nº 67/1944. CMSTB. [Acessível A.D.S.].

Documento 5 – Número 18 – Memória descritiva e justificativa. Projeto de construção de novas instalações sanitárias da fábrica de conservas da firma União Industrial de Conservas, Lda., 1944. Processo de obra nº 67/1944. CMSTB. [Acessível A.D.S.].Fls. 2 e 2v.

O processo de obras nº 67/1944 é constituído por uma planta, requerimentos, memória descritiva, informações, declaração de responsabilidade, licença para obras, fiscalização de obras particulares, boletim de responsabilidade. Proprietário: União Industrial de Conservas, Ld.ª; técnico responsável: José Cotrim Simões – encarregado de obras particulares.

“O projecto junto refere-se à construção de novas instalações sanitárias na Fábrica de Conservas de Peixe da firma União Industrial de Conservas, Lda, para efeito de dar cumprimento á intimação emanada da Direção Geral da Indústria.

Essas instalações, que constam de retretes, chuveiros e roupeiros, serão separadas por sexos e centralizadas num corpo de edifício construído a alvenaria de tijolo, com cobertura a chapa “Luzalite”. Este corpo de edifício constitue a fase inicial de ampliações que a firma requerente projecta levar a efeito no sentido Poente das suas actuais instalações.

O estudo foi feito tomando por base o movimento de f.brica quanto a pessoal de ambos os sexos, e de forma a que cada zona tenha acesso independente.

Como disse, a construção será em alvenaria de tijolo, sobre fundação de pedra rija; pavimento será em betonilha, formando banqueta nas retretes e chuveiros.

Serão utilizadas retretes “turcas” e as paredes dos respectivos compartimento, bem como as dos chuveiros, serão revestidas de material de fácil lavagem.

As canalizações de águas dos chuveiros e as das retretes serão conduzidas à rede interna existente, que por sua vez está ligada ao colector da Rua António José Batista com pendente no sentido Norte-sul.

O edifício projectado terá cobertura em três “águas”, de forma a permitir o desaparecimento parcial da empena a sul logo que se verifique a necessidade da ampliação a que se fez já referencia.

Os armários-roupeiros serão individuais, construídos em madeira.

A zona a construir não será forrada, o que garante perfeita ventilação e iluminação; não obstante, projectou-se a localização de vãos de janela com caixilhos em madeira (ou ferro, se possível) com movimento basculante. A altura a que estes est.o projectados impede que do exterior sejam vistas as instalações sanitárias.

Os casos omissos na presente memória serão regulados pelas disposições oficiais em vigor.”

Setúbal, 4 de Julho de

F. M. Lino da Silva, Lda.

Figura 58 Número 19 – Planta de localização, Alçados, Corte e Planta térrea e 1º andar. Projeto de construção de um 1º andar na fábrica de conservas da firma F. M. Lino da Silva, Lda., 1935. Processo de obra nº 98/1934/1935. CMSTB. [Acessível A.D.S.].

Documento 6 – Número 19 – Memória descritiva e justificativa. Projeto de construção de um 1º andar na fábrica de conservas da firma F. M. Lino da Silva, Lda., 1935. Processo de obra nº 98/1934/1935. CMSTB. [Acessível A.D.S.].Fl. 15 e 15v.

O processo de obra nº 98/1934/1935 é constituído por duas plantas, cálculos justificativos, memória descritiva, informação.

“O presente projecto refere-se à ampliação superior um edifício que a firma industrial F.M.Lino da Silva, Lda.. possue na Rua General Gomes Freire e Rua Camilo Castelo Branco, onde tem instalada uma fabrica de conservas alimentícias, e que destina a ser ocupada pelos seus escritórios.

As obras a executar compreendem:

1. A elevação das paredes mestras e de tabiques em panos de tijolo, sobre uma parte do edifício existente.

2. Construção de uma lage vigada em beton armado, apoiada nas paredes mestras e pilares centrais.

As paredes serão construídas a alvenaria de tijolo burro a vez e meia, sobre outras do mesmo material, e depois de verificada a necessária solidez das fundações.

Os tabiques serão construídos a meia vez de tijolo furado, consolidados por travessas e montantes de beton armado.

O pavimento do 1. andar, que como dissemos, ser. em beton armado, será servido por duas escadas de madeira, uma das quais para serviço da fábrica.

Para a construção da lage vigada de beton armado, cujos cálculos justificativos se juntam, seguir-se-hão as prescrições do Regulamento Portuguez para a construção do cimento armado.

A dosagem do beton a empregar será de 350kgs. Ou seja o traço, por metro cubico, de: 350 kgs. de cimento; 400 litros de areia; 800 litros de brita mi.da (0,02 a 0,04)

Em tudo mais, se seguirão as prescrições do Regulamento Geral de Construção Urbana para a Cidade de Setúbal.”

Setúbal, 1935

Figura 59 Número 19 – Pormenor construtivo. Projeto de construção de um 1º andar na fábrica de conservas da firma F. M. Lino da Silva, Lda., 1935. Processo de obra nº 98/1934/1935. CMSTB. [Acessível A.D.S.].

Figura 60 Número 19 – Planta de localização, planta, alçado, perfil. Projeto de construção de um edifício da fábrica de conservas da firma F. M. Lino da Silva, Lda., 1942. Processo de obra nº 37/1942. CMSTB. [Acessível A.D.S.].

Documento 7 – Número 19 – Memória descritiva e justificativa. Projeto de construção de um edifício da fábrica de conservas da firma F. M. Lino da Silva, Lda., 1942. Processo de obra nº 37/1942. CMSTB. [Acessível A.D.S.].Fls. 10 e 28.

Este processo tem incorporados os processos 37/A (alteração de fachada), 37/B (modificação da entrada que dá acesso ao pátio de conservas de peixe). É constituído por quatro plantas, requerimentos, memória descritiva, informações, termo de responsabilidade, requisição de licença de obras, licenças para obras, fiscalização de obras particulares, boletim de responsabilidade, auto de vistoria, licenças para habitação ou ocupação de prédios. Proprietário: F. M. Lino da Silva, Lda.; Técnico responsável: Raul Batista – encarregado de obras particulares, José Guilherme dos Santos – construtor civil.

Processo nº 37/A:

“O desenho junto estabelece o confronto entre a fachada projectada para o armaz.m que a firma F.M. Lino da Silva, Lda., pretende construir no Bairro Lopes, e o novo tipo de fachada, em virtude daquela não ter sido aprovada pele Exma. Câmara de Setúbal.

Conseguiu-se obter um tipo adequado . finalidade do edifício, se bem que mais oneroso, enquadrando-se os corpos cujos motivos principais são os vãos de portas, entre faixas a atingir balanço de 0,08, e separando-se, sem contudo fugir ao conjunto, os mesmos corpos, tendo bastado para isso o pormenor de remate da cortina com as suas diferentes elevações.

Os vãos projectados são aqueles que a arrumação interior exige e encontram-se localizados onde não podem ser afectados por cargas superiores, nomeadamente asnas, pormenor económico importante e por isso mesmo a atender.

Em tudo mais, e para a construção de um modo geral seguir-se-há o as prescrições da Memória descritiva que regulamentarmente acompanhou o primitivo projecto.”

Setúbal, 28 de Maio de 1942

Processo nº 37/B:

“A obra que pretende realizar na fábrica de F.M. Lino da Silva, Lda., consiste na modificação da entrada que dá acesso ao pateo, na parte confinante com a Rua B do Bairro Lopes, e de forma a que se possa dar a essa entrada o mesmo aspecto que já tem a restante fachada.

A porta a colocar será em ferro (chapa ondulada) do mesmo tipo das existentes.”

Setúbal, 10 de Abril de

Figura 61 Número 19 – Alçado do projeto e proposto. Projeto de construção de um edifício da fábrica de conservas da firma F. M. Lino da Silva, Lda., 1942. Processo de obra nº 37/1942. CMSTB. [Acessível A.D.S.].

Alves, Mendanha & Cª, Lda.

Figura 62 Número 21 – Planta de localização, planta parcial, corte, alçado. Projeto de instalações sanitárias e vestiários da fábrica de conservas da firma Alves, Mendanha & Cª, Lda., 1945. Processo de obra nº 37/1945. CMSTB. [Acessível A.D.S.].

Documento 8 – Número 21 -Memória descritiva e justificativa. Projeto de instalações sanitárias e vestiários da fábrica de conservas da firma Alves, Mendanha & Cª, Lda., 1945. Processo de obra nº 37/1945. CMSTB. [Acessível A.D.S.].Fls. 2 e 2v.

O processo de obras nº 37/1945 é constituído por uma planta, requerimentos, memória descritiva, informações, declaração de responsabilidade, licença para obras, fiscalização de obras particulares, boletim de responsabilidade, taxas para vistoria de prédios, auto de vistoria, licenças para ocupação de prédios.

Proprietário: Alves, Mendanha & Cª, Lda.; Técnico responsável: Afonso Henrique da Silva – encarregado de obras particulares, Francisco Dias Pereira – construtor civil.

“Para dar cumprimento . intimação que nesse sentido lhe foi endereçada pela 3ª Circunscrição Industrial, pretende a firma Alves, Mendanha & C., Lda., mandar proceder às obras que constam dos desenhos juntos na sua fábrica de conservas de Peixe situada na Travessa Fábrica Aurora (Forte do Livramento).

Essas obras consistem na construção de divisórias em alvenaria de tijolo, assentes sobre a fundação de pedra rija, formando compartimentos destinados a Vestiário e Chuveiros para mulheres, vestiário, chuveiro, retrete e mictório para homens. A fábrica da firma requerente não possue tais instalações – limitando-se a retretes para mulheres, na secção de Descabeçar, e uma retrete para homens em zona anexa ao escritório – pelo que se justifica, tanto a intimação da entidade competente, como o desejo de se lhe dar cumprimento.

Todas as paredes serão rebocadas e caiadas, utilizando-se em chuveiros e respectivas cabinas e ainda em retrete e mictório, o revestimento de material que permita fácil lavagem.

A iluminação de todos os compartimentos está assegurada, uma vez que a parede principal atinge apenas a altura de 2,40m; prevê-se, apesar disso, a abertura de vários lanternins que se tornam necessários para a instalação em geral e que assim melhor asseguram a ilumina..o da zona que tratamos. Esses lanternins fazem parte do trabalho de reparação da cobertura, constituída por asnas formando arco e chapa ondulada de zinco.

A retrete a instalar será do tipo “turca”; o mictório será constituído por caleira em betão. Os ramais de esgoto serão conduzidos à canalização geral existente e que passa junto à parede exterior dos compartimentos a construir. Os pavimentos de chuveiros, cabines, retretes e mictório, elevar-se-há o,15 acima do nível geral.

Os casos omissos na presente memória serão regulados pelas disposições em vigor ou por quaisquer condições especiais a impor pela Exma. Câmara.”

Setúbal, Abril de 1945

Santos, Gomes, Gamito & Cª, Lda.

Figura 63 Número 29 – Planta de localização, Planta parcial, alçado, corte. Projeto de diversas obras na fábrica de conservas da firma Santos, Gomes, Gamito & Cª, Lda., 1937. Processo de obra nº 35/1937. CMSTB. [Acess.vel A.D.S.].

Documento 9 – Número 29 – Memória descritiva e justificativa. Projeto de diversas obras na fábrica de conservas da firma Santos, Gomes, Gamito & Cª, Lda., 1937. Processo de obra nº 35/1937. CMSTB. [Acessível A.D.S.].Fl. 2.

O processo de obras nº 35/1937 é constituído por uma planta, informação, licenças para obras, requisição de licença de obras. Proprietário: Firma Santos, Gomes, Gamito & C.ª; Técnico responsável: Carlos José Pinto – encarregado de obras particulares.

“O gráfico junto refere-se às obras que a firma industrial Santos, Gomes, Gamito & C. pretende mandar executar nas dependências e quintal da sua fábrica de conservas alimentícias situada na rua Mártires da Pátria, tornejando para a Rua Nova (ligação do Largo da Herdade com a Avenida Luiza Toddi”, em cumprimento de indicações do Instituto Português das Conservas de Peixe.

Essas obras constam:

a) De construção de divisórias na ala sul do edifício, para efeito de proteger, umas das outras, as Várias secções da fábrica;

b) Construção de um edifício com 14,0 x4,0 m, destinado a oficina de soldadores, isolando assim esta secção das restantes;

c) Transformação de um vão de janela em porta, estabelecendo a comunicação natural entre a parte existente e a ampliação a fazer.

Todas as divisórias, bem como as de oficina de soldadores, serão construídas a tijolo com pilares, de espessuras indicadas. As divisórias interiores serão formadas por panos de tijolo com caixilharia em madeira e vidro, a uma altura que permita a fácil fiscalização dos serviços. Serão rebocadas e caiadas.

A ampliação a fazer (oficina de soldadores) será perfeitamente ventilada e iluminada pelos vãos projectados.

As fundações para este corpo serão formadas por alvenaria de pedra rija e argamassa de cal e areia.

O pavimento, seguindo o nível do existente, ser. formado por betonilha.”

Setúbal, 16 de Abril de 1937

Gandara, Haz, Rábago & Cª

Figura 64 Número 36 – Planta de localização, plantas, alçados, cortes. Projeto de construção de retretes e chuveiros na fábrica de conservas da firma Gandara, Haz, Rábago & Cª., 1942. Processo de obra nº 28/1942. CMSTB. [Acessível A.D.S.].

Documento 10 – Número 36 – Memória descritiva e justificativa. Projeto de construção de retretes e chuveiros na fábrica de conservas da firma Gandara, Haz, Rábago &Cª., 1942. Processo de obra nº 28/1942. CMSTB. [Acessível A.D.S.].Fls. 2 e 2v.

O processo de obras nº 28/1942 é constituído por uma planta, requerimentos, memória descritiva, informações, termo de responsabilidade, requisição de licença de obras, licenças para obras. Proprietário: Gandara, Haz, Rábago & C.ª; Técnico responsável: José Guilherme dos Santos – construtor civil.

“Referente a construção de retretes e chuveiros que a firma Gandara, Haz, R.bago & Cª pretende construir na sua fábrica situada na Estrada da Graça N. 170.

Retretes: Construção de uma dependência para serem instaladas 6 retretes, para o que serão construídas duas paredes a meia vez de tijolo, (exterior) sendo as divisórias entre retretes a tijolo ao alto, estes panos de tijolo só atingem a altura de 2,00ms., ficando com o espaço de 0,60 cm, entre o teto para facilitar a circulação do ar.

As retretes são de louça, as paredes ficam guarnecidas a azulejos atá à altura de 1,50cms, os tetos são estucados serão feitas 6 frestas para iluminação e arejamento; o madeiramento é de uma só àgua e coberto a telha marselha ficando com um algeroz conforme o desenho indica. Os esgotos das retretes são feitos para o colector existente na fábrica. Será construída uma dependência para a instalação de 4 chuveiros (banhos de aspersão), para o que será construída 2 paredes a meia vez de tijolo (exterior), e 3 panos de tijolo ao alto para separação dos chuveiros, estes panos teem a altura de 1,70cm., ficando vedados pela frente com cortinas de tecido impermeável. A água para os chuveiros é canalizada do depósito existente na fábrica os esgotos são feitos para a canalização já existente, o chão é cimentado levando umas grades de madeira o madeiramento é coberto a telha marselha. Para o arejamento e iluminação serão feitas 2 frestas, e uma bandeira na porta de comunicação. Tanto as retretes como os chuveiros ficam em comunicação directa com a fábrica.

Os materiais a empregar nesta construção são de boa qualidade.

Confrontai o grãfico que apresenta.”

Setúbal, 13 de Abril

Conservas São Pedro, Lda.

Figura 65 Número 37 – Planta de localização, planta parcial do nível inferior e nível superior, cortes e alçado. Projeto de construção de dois armazéns na parte posterior da fábrica de conservas da firma industrial Conservas São Pedro, Lda., 1943. Processo de obra nº 84/1943. CMSTB. [Acessível A.D.S.].

Figura 66 Número 37 – Planta de localização, planta, corte e alçado. Projeto de construção de dois armazéns na parte posterior da fábrica de conservas da firma industrial Conservas São Pedro, Lda., 1943. Processo de obra nº 84/1943. CMSTB. [Acessível A.D.S.].

Documento 11 – Número 37 – Memória descritiva e justificativa. Projeto de construção de dois armazéns na parte posterior da fábrica de conservas da firma industrial Conservas São Pedro, Lda., 1943. Processo de obra nº 84/1943. CMSTB. [Acessível A.D.S.].Fls. 2, 2v, 6 e 20.

O processo de obras nº 84/1943 é constituído por três plantas, requerimento, informação, memória descritiva, licenças para obras, fiscalização de obras particulares, boletim de responsabilidade, auto de vistoria. Estão incluídos neste projeto o processo 84A e 84B (ampliação da fábrica de conservas), o 84C (transformação de um vão de janela em porta na fachada da fábrica). Proprietário: Conservas S. Pedro Lda. Técnico responsável: José Guilherme dos Santos – construtor civil.

Processo 84A

“Reconhece a firma Conservas S. Pedro, Lda., que a área das suas instalações industriais . modesta para a função que desempenha, aprovar o facto estando a circunstância de ter de recorrer por vezes, como no momento presentes, a uma zona da sua secção de enlatamento para efeito de armazenagem de produtos que aguardam embarques.

Essa razão do projecto que se junta e que se refere à construção de dois armazéns, em planos diferentes mas ambos na parte posterior da fábrica, em nada afectando a via pública (Estrada Municipal de Setúbal à Sª da Graça).

Pormenores da obra:

1) – Fundações – Em alvenaria de pedra rija do Vizo, com argamassa de cimento e areia, a 1:5, com a profundidade média de 0,80 m.

2) – Paredes em elevação – Em alvenaria de tijolo maciço a meia vez, com pilares a 1 . e 2 vezes e argamassa idêntica.

3) – Coberturas – A telha “Ibérica” de 1ª qualidade, assente sobre estrutura de madeira em quina viva, nas secções constantes do projecto (medidas correntes no mercado) e competentes ferragens.

4) – Pavimentos – Betonilha com superfície ligeiramente às peras, sobre macisso de betão magro na espessura de 0,08m.

5) – Guarnecimentos – Reb.cos com argamassa de cimento, cal e areia e caiação a três demãos.

6) – Portas – Em madeira de pinho, engradadas, recebendo pintura a óleo.

7) – Escada – Provida de corrimão e constituída por 19 degraus de tijolo macisso, guarnecidos a cimento, de aresta ligeiramente boleada, com cobertor de 0,23cm e espelho de 0,166 cm.

8) – Guarda da Escada – Em madeira.”

Setúbal, Setembro de 1943

Processo 84B

(…) “Resolveu agora proceder ao desaterro necess.rio para obter o mesmo nível (do pavimento geral da fábrica) e assim apresenta novo projecto relativo à construção de um edificio que se destina igualmente a armazém.” (…)

Setúbal, 18 de Outubro de

Figura 67 Número 37 – Diagrama e alçado. Projeto de transformação de um vão de janela em porta na fachada da fábrica de conservas da firma industrial Conservas São Pedro, Lda., 1943. Processo de obra nº 84-C/1943. CMSTB. [Acessível A.D.S.].

Processo 84C

“A firma de Conservas S. Pedro, Lda., pretende transformar em vão de porta o vão de janela existente no extremo Poente da fachada da sua fábrica de conservas de peixe situada na Estrada Municipal de Setúbal .

Senhora da Graça.

Se é certo que a simetria da fachada pode ser afectada pela transformação – inconveniente que, no entanto, melhor se nota no desenho que na própria fachada não é menos certo que não há possibilidade de localizar o vão de porta, destinado a acesso de carros em serviço de armazém, noutra zona da fábrica.

O diagrama que se junta mostra bem como as diferentes secções estão montadas; em especial a de descabeçar não permite transformação de qualquer vão dada a existência de pios de moura junto á parede principal.

Nesta conformidade e por nos parecer suficientemente esclarecida a razão que nos leva a projectar o novo vão no extremo Poente, resta dizer que esse vão será guarnecido a cantaria da região, tipo idêntico ao existente nos restantes vãos, e que a porta será semelhante às restantes na parte que respeita caixilharia.

O armazém que o vão projectado vai servir é o que se refere ao projecto aprovado pela Exma. Câmara em 28 de Outubro último.”

Setúbal, 2 de Novembro de 1943

Benzinho, Lda.

Figura 68 Número 41 – Planta de localização, planta, alçado. Memória descritiva e justificativa. Projeto de diversas obras na fábrica de conservas da firma Benzinho, Lda., 1941. Processo de obra nº 59/1941. CMSTB. [Acessível A.D.S.].

Documento 12 – Número 41 – Memória descritiva e justificativa. Projeto de diversas obras na fábrica de conservas da firma Benzinho, Lda., 1941. Processo de obra nº 59/1941. CMSTB. [Acessível A.D.S.].Fl. 2.

O processo de obras nº 59/1941 é constituído por uma planta, requerimentos, memória descritiva, informações, termo de responsabilidade, requisição de licença de obras, licenças para obras, fiscalização de obras particulares, boletim de responsabilidade, licenças para vistoria, habitação ou ocupação de prédios, auto de vistoria, totalizando 16 fls. Proprietário: Firma Benzinho, Ld.ª; Técnico responsável: Afonso Henrique da Silva – encarregado de obras particulares, José Guilherme dos Santos – construtor civil.

“Esta memória descritiva refere-se às obras que Benzinho, Lda. pretende mandar fazer numa dependência da sua fábrica de conservas alimentícias situada entre a Rua da Sa.de e a Estrada da Rasca.

As obras constam da construção de paredes em alvenaria de tijolo, com argamassa de areia e cimento, destinadas a formação de escritório, arrecadação, vestiários e balneários, estes separados para homens e mulheres.

Do escritório constar. também a construção de caixilharia envidraçada, balcão, etc.; todas as paredes serão estucadas, salvo na arrecadação; o tecto do escritório será em madeira para receber pintura.

O esgoto dos balneários será ligado à canalização geral da fábrica.

Ver diversos detalhes no projecto junto.”

Setúbal, 20 de Outubro de 1941.

Alberto Soares Ribeiro, Lda.

Figura 69 Número 51 – Planta de localização, plantas diversas, cortes, Alçado. Projeto de ampliação da fábrica de conservas da firma Alberto Soares Ribeiro, Lda., 1943. Processo de obra nº 95/1943. CMSTB. [Acessível A.D.S]

Documento 13 – Número 51 – Memória descritiva e justificativa. Projeto de ampliação da fábrica de conservas da firma Alberto Soares Ribeiro, Lda., 1943. Processo de obra n. 95/1943. CMSTB.[Acess.vel A.D.S.]. Fls. 26 a 28.

O processo de obras nº 95/1943 é constituído por quatro plantas, requerimentos, memória descritiva, informações, parecer.

A fábrica de conservas “Gizela”, propriedade da firma “Alberto Soares Ribeiro, Lda.”, fica situada na Estrada da Rasca, logo à saída da cidade de Setúbal e encontra-se acanhada nas suas instalações, relativamente às possibilidades de fabrico.

Com o intuito de ampliar este e de, simultaneamente, executar o programa de instalações sanitárias e de caracter social temas que à referida firma foram impostas pelas entidades oficiais mas que já estavam no seu espirito, outras que ela julga dever executar para proporcionar um maior conforto e beneficio ao seu pessoal – feminino na sua grande parte – foi elaborado o presente projecto para ser executado em terreno anexo ás instalações existentes e há já tempo adquirido especialmente para o efeito.

Verificando-se que se encontra prevista no plano de urbanização da cidade a construção de um arruamento que intercepta não só esse terreno como as instalações existentes, esperava a firma proprietaria que uma rápida resolução fosse dada pela Exm. Câmara ao seu problema, a-fim-de não investir mais capitais numa obra antecipadamente condenada à expropriação e demolição.

Mas, demorando-se esta resolução, e sendo premente a satisfação das necessidades mínimas apontadas, foi a obra projectada em condi..es especiais de economia de construção atendendo-se à certeza de que, em breve espaço de tempo, ela deverá vir a ser demolida sem a correspondente indemnização.

Por outro lado, a Junta Autonoma de Estradas tendo resolvido o alargamento da estrada da Rasca para o lado Norte, tínhamos elaborado um ante-projecto em que se tinha esse alargamento em consideração, recuando 2m a fachada das novas construções.

Por outro lado, a Junta Autonoma de Estradas tendo resolvido o alargamento da estrada da Rasca para o lado Norte, tínhamos elaborado um ante-projecto em que se tinha esse alargamento em consideração, recuando 2 m a fachada das novas construções.

Atendendo por.m:

• A que este seria o único prédio em que assim se procederia;

• À dimensão ou quasi anula..o da importância da estrada da Rasca uma vez executado o novo arruamento de ligação ao Outão;

• E ainda aos inconvenientes de toda a ordem que proveem de uma construção recuada;

Projectamos as novas construções alinhadas com as existentes, o que esperamos mereça a aprovação superior.

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Os edifícios a executar são:

a) Instalações fabris – ao lado dos edifícios existentes e mantendo entre eles uma passagem descoberta projecta-se uma construção dividida por uma parede transversal separando o “armazém do cheio” do “depósito do biqueirão”.

Neste serão instalados uma “Tulha de sal”, depósitos de biqueirão, cabeças e resíduos de biqueirão e ainda tanques para decantação e aproveitamento das mouras e líquidos residuais do fabrico.

Os cheiros desagradáveis dos resíduos ficam eliminados no exterior, fazendo-se a carga destes depósitos por aberturas com portinhola vendando por gravidade.

Ao fundo deste edifício será construído, numa 2. fase, um telheiro para arrecadação de caixotaria.

b) Instalações sanitárias – As masculinas serão edificadas no tardoz do edifício existente e compõem-se de:

a. Uma retrete, bidé, lavabo e duche, para o pessoal superior;

b. Dois urinóis, uma retrete, um duche, um lavabo e um pequeno armário vestiário para o pessoal operário masculino, que é de reduzido número.

As instalações sanitárias femininas, num edifício logo antes do depósito de biqueirão, compreendem:

a. 168 Armários vestiários individuais, sobrepostos aos grupos de 3 formando 8 blocos de 21 armários cada;

b. 28 Lavabos em bateria;

c. 6 Cabines de retretes turcas

d. 1 Chuveiro

e. 1 Bebedouro exterior, sob alpendrada.

c) Instalações de carácter social – anexo ao edifício anteriormente descrito, e confinando com a rua, com exposição a sul encontra-se, finalmente, uma construção destinada às crianças em período de aleitação, filhas das operárias da fábrica, com ampla área e cubagem para 10 berços ou grades.

Nesta mesma construção se prevê a instalação de uma sala de tratamento e pensos, onde, simultaneamente, se poderá aquecer numa pequena lareira qualquer alimento para as crianças.

Um vestíbulo dará acesso e resguardará das correntes de ar as instalações da creche e da sala dos pensos.

No cunhal do edifício e junto ao portão de entrada, encontra-se, absolutamente independente, um compartimento destinado ao guarda.

Todas as construções, de carácter sóbrio como convém a uma instalação industrial, são, todavia, tratadas com certa beleza e harmonia de linhas conseguindo-se estas com o emprego de adequados revestimentos, todos eles de rebocos mais ou menos espessos, e de diversa rugosidade.

Com atraz se disse, as construções terão carácter ligeiro, sem prejudicar a conveniente estabilidade e resistência.

Os telhados a executar com as asnas adiante calculadas, serão cobertos com chapa ondulada de fibrocimento, levando tecto apenas o pavilhão destinado à creche.

As paredes, de alvenaria de tijolo ou de blocos de betão serão assentes sobre fundação corrida de alvenaria hidráulica, com a sapata suficiente para assegurar uma boa distribuição de cargas, reforçando-se, isto é, alargando-se um pouco mais, segundo o que também se indica nos cálculos anexos a esta memória, as fundações dos pilares de apoio das asnas.

Do lado de nascente a parede do edifício de maiores dimensões será construída em arcos com pilares de apoio das asnas em saliência.

A alimentação de água para as instalações sanitárias será feita a partir de um poço que existe sob os edifícios já construídos, elevando-se a água por bomba até dois depósitos de ferro a montar sobre prumos nas instalações femininas e até a um reservatório que constituirá a cobertura das instalações sanitárias masculinas.

Os depósitos de ferro já existem, tratando-se, assim, de um aproveitamento.

O reservatório cobertura das instalações masculinas será em betão armado segundo os cálculos a submeter à apreciação superior oportunamente.

A partir dos elementos citados será feita a distribuição de águas aos aparelhos que as utilizarão, com tubagem de secção proporcionada.

A alimentação dos bebedouros será feita com água da distribuição da cidade.

A canalização de esgoto em tubagem de Sanolite parafinada será ligada aos tubos de queda das águas pluviais, ao depósito de detritos e aos aparelhos sanitários com interposição de caixas de inspecção e limpeza, e com diãmetros proporcionados aos caudais a evacuar, conduzindo ao colector que passa na Estrada da Rasca.

Em todas as construções a efectuar atender-se-á, na parte aplicável às prescripções regulamentares da Exm. Câmara, empregando-se materiais da melhor qualidade e de dimensões que garantam a estabilidade e resistência da obra.”26

Lisboa, 23 Setembro de 1943

26 Foi feita uma avaliação por um advogado à proposta das obras de ampliação da fábrica. Esta avaliação incidiu na proposta do novo arruamento. As obras não foram aprovadas pela Câmara Municipal como se verifica no documento dos Serviços de viação e Obras redigido a 21 de Outubro de 1943.

Figura 70 Número 51 – Planta de cobertura, cortes, pormenor. Projeto de ampliação da fábrica de conservas da firma Alberto Soares Ribeiro, Lda., 1943. Processo de obra nº 95/1943. CMSTB. [Acessível A.D.S.].

Figura 71 Número 51 – Cálculo cobertura. Projeto de ampliação da fábrica de conservas da firma Alberto Soares Ribeiro, Lda., 1943. Processo de obra nº 95/1943. CMSTB. [Acessível A.D.S.].

Lopes da Cruz & Cª, Lda.

Figura 72 Número 60 – Planta de localização, alçado. Projeto de transformação de um vão de porta em janela da fábrica de conservas da firma Lopes da Cruz & Cª, Lda., 1937. Processo de obra nº 23/1937. CMSTB. [Acessível A.D.S.].

Lage, Ferreira & Cª, Lda.

Figura 73 Número 65 – Planta de localização, alçado. Projeto para acrescentar a chaminé à fábrica de conservas da firma Lage, Ferreira & Cª, Lda., 1935. Processo de obra nº 97/1934/35. CMSTB. [Acessível A.D.S.].

Domingos José da Costa & Cª, Lda.

Figura 74 Número 66 – Planta de localização, alçado. Projeto de abertura de um vão para porta na fábrica de conservas da firma Domingos José da Costa & Cª, Lda., 1939. Processo de obra nº 43/1939. CMSTB. [Acessível A.D.S.].

Figura 75 Número 67 – Planta de localização, planta, alçado Norte e Sul, corte. Projeto de transformação de um barracão e muro de vedação na fábrica de conservas da firma Manuel José Joaquim, Lda., 1943. Processo de obra nº 59/1936. CMSTB. [Acessível A.D.S.].

Documento 14 – Número 67 – Memória descritiva e justificativa. Projeto de transformação de um barracão e muro de vedação na fábrica de conservas da firma Manuel José Joaquim, Lda., 1943.

Processo de obra nº 59/1936. CMSTB. [Acessível A.D.S.]. Fl. 2.

O processo de obras nº 59/1936 é constituído por 1 planta, descrição, informação, requerimentos. Proprietário: Manuel José Joaquim Ld.ª; Técnico responsável: José Guilherme dos Santos – construtor civil.

“As obras que a firma industrial Manuel Jos. Joaquim, Lda., pretende levar a efeito em terreno que tem alugado à Junta Autónoma do Porto de Setúbal, constam apenas da construção de uma cobertura em madeira e telha tipo Marselha, fachada para a Rua Gomes Carmim – a que se procurou dar um aspecto aceitável – e muro de vedação para o lado sul, desaparecendo assim as vedações que em madeira existem presentemente em ambos os lados.

O espaço existente entre a construção a fazer e a construção existente ao lado Nascente, e que só se justifica pela forma como está formada a cobertura desta ultima, será fechado pela firma requerente, estabelecendo a caleira necessária para esgoto das aguas pluviais, desaparecendo também assim e inconvenientemente da existência de um corredor que, embora de reduzida largura, não deixa contudo de servir para fins a que não está destinado.

A fachada para a rua Gomes Cardim, tal como está projectada, representa para a firma requerente uma despeza importante; ela não esquece, no entanto, que se trata e um arruamento sob a jurisdição da Câmara Municipal e como tal merecedor de certo apuro nas construções que ali venham a executar-se.

Toda a construção será feita em tijolo, nas espessuras indicadas no projecto. Da cobertura se falou já à firma requerente compete, segundo lhe parece, o pagamento de taxas referentes á fachada a construir; quanto a área de construção, esta ser. paga na Junta Autónoma, como proprietária que é do terreno.

A obra será executada sob a direcção ou responsabilidade de um encarregado de obras particulares inscrito na Câmara Municipal.“

Setúbal, 2 de Junho de 1936